A greve na Autoeuropa entre esta quinta e sexta-feira por aumentos salariais teve, de acordo com os sindicatos entre 50 e 75% de adesão, números esses superiores aos apresentados pela empresa, de 37%.
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A Autoeuropa, em comunicado enviado ao JN, refere que foi possível "cumprir o volume de produção planeado para estes dias" e que "continua empenhada em ir ao encontro das necessidades dos trabalhadores, de modo a colmatar as dificuldades económicas atualmente sentidas por via do aumento generalizado da inflação".
A greve parcial de duas horas por turno terminou esta sexta-feira ao final da tarde, com os sindicatos a admitir uma "forte adesão" dos trabalhadores, que reclamam 5% de aumento extraordinário. A administração da fábrica tinha decidido atribuir um prémio único de 400 euros, que deveria ser pago este mês de novembro, proposta que os trabalhadores consideraram insuficiente.
À Lusa, João Reis, membro da Comissão de Trabalhadores e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Automóvel (STASA), apontou para "uma forte adesão à greve, que, até agora, foi claramente superior a 50% em todos os turnos". Eduardo Florindo, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul), apontou para 75% de adesão à greve, "o que significa que há um grande descontentamento dos trabalhadores".
Está prevista para dia 25 deste mês uma reunião com a Comissão de Trabalhadores (CT) da Volkswagen Autoeuropa, onde serão discutidas medidas salariais adicionais. A empresa recorda que "no dia 15 de novembro a CT considerou haver condições para voltar a discutir medidas salariais adicionais, tendo para tal solicitado a retirada do pré-aviso de greve aos três sindicatos com representação laboral na fábrica de Palmela. Apesar desta posição da CT, dois sindicatos recusaram-se a proceder a este pedido".