Sindicatos estimam adesão à greve de 100% dos trabalhadores da Iberia em Madrid
Os sindicatos estimam uma adesão de 100% dos trabalhadores da Iberia em Madrid que não têm serviços mínimos a cumprir, no arranque da primeira de 15 jornadas de greve contra os planos de reestruturação da empresa área espanhola.
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As estimativas foram feitas por representantes dos principais sindicatos - SITCLPA, USO e CTA Vuelo - que estavam durante a manhã de hoje a distribuir folhetos informativos no terminal 4 do aeroporto de Barajas.
Os folhetos informativos detalham as "razões para uma greve na Iberia", que pretendem contestar uma reforma na empresa que, entre outras medidas, incluirá o despedimento de cerca de 3800 trabalhadores.
Fontes da Iberia confirmaram à Lusa que a primeira jornada está a decorrer com relativamente normalidade, sem incidentes e com os serviços mínimos a ser cumpridos.
A mesma fonte recordou que a maioria dos passageiros afetados pela greve - que decorre em três blocos de cinco dias cada - foi colocada em voos alternativos, numa operação "cara para a empresa", mas que ajuda a minimizar o impacto da paralisação.
"Podemos dizer que a jornada está a decorrer com normalidade. Pelo menos com a normalidade do que é uma greve desta natureza, com os serviços mínimos cumpridos", disse a fonte.
Esta é a maior greve da história da empresa - superior ainda à dos pilotos que decorreu em vários dias no ano passado - e foi convocada pelos sindicatos em protesto contra o plano de reestruturação da empresa, que prevê, entre outras medidas, 3.807 despedimentos.
Segundo a Iberia, os primeiros cinco dias da paralisação afetarão cerca de 70 mil passageiros, dos quais 60 mil (85% do total) foram colocados em voos alternativas, tendo os restantes sido reembolsados pelos seus bilhetes.
Testemunhas no aeroporto de Barajas, incluindo taxistas ouvidos pela Lusa, referem que no início da manhã se registaram alguns problemas nos acessos e saídas do Terminal 4, devido a engarrafamentos provocados pelos trabalhadores da empresa.
Muitos dos trabalhadores estão a participar numa marcha que saiu da zona industrial da Iberia, conhecida como 'La Muñoza' e que segue em direção ao Terminal 4 onde está prevista uma concentração às 12 horas.
Protestos idênticos estão marcados para os restantes aeroportos espanhóis.
Até sexta-feira a paralisação dos trabalhadores de terra e dos tripulantes de cabine (TCP) levará ao cancelamento de 1200 voos das companhias aéreas do grupo (Iberia, Iberia Express e Air Nostrum) e da Vueling.
Números que se deverão repetir, antecipa a empresa, nos blocos seguintes de greve - entre 4 e 8 de março e entre 18 e 22 de março -, períodos em que, além dos trabalhadores de terra e dos TCP, também aderem os pilotos.
No bloco de voos cancelados contam-se duas ligações (ida e volta) diárias entre Madrid e Lisboa, no caso da Iberia, e uma ligação (ida e volta) diária na Air Nostrum entre Madrid e Porto. A Vueling cancelou uma ligação por dia (ida e volta) entre Lisboa e Barcelona, nos dias 18, 20, 21 e 22 de fevereiro.
Só hoje estão cancelados 236 voos, dos quais 81 da Iberia, 20 da Iberia Express, 78 da Vueling e 57 da Air Nostrum.