A Polícia brasileira impediu e cancelou, no sábado, a descolagem de um voo que partia do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro – Galeão com destino a Lisboa. O motivo foi a recusa da tripulação em permitir o embarque de um cão de assistência na cabine. A jovem a quem o animal ia dar apoio está em Portugal.
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A passageira que se fazia acompanhar pelo cão queria levar o cão para Lisboa, para junto da irmã, de 12 anos, portadora da perturbação do espetro do autismo, noticia a imprensa brasileira.
Segundo a CNN Brasil, a TAP não autorizou o embarque, alegando que o animal de apoio emocional, Teddy, com mais 35 quilos, não acompanhava uma pessoa com deficiência nem tinha um certificado válido. Mas a advogada da passageira, Fernanda Lontra, garante que a sua cliente tinha uma ordem judicial provisória e urgente a autorizar o embarque, acrescentando que a irmã precisa do apoio constante do cão.
A passageira disse à estação de televisão que, mesmo depois de enviar os documentos necessários à TAP para que Teddy conseguisse viajar, a companhia aérea recusou-se e propôs que o animal embarcasse como bagagem. "Como eles [a companhia aérea] não estavam a colaborar, a Polícia Federal interveio na questão. Eles não estavam a querer cumprir a ordem", disse.
Face à situação, ainda de acordo com a CNN Brasil, um funcionário da empresa foi multado pela Polícia Federal por não cumprir a ordem judicial.
Numa nota, a TAP informou entretanto que a ordem judicial de autoridades brasileiras "violaria o Manual de Operações de Voo da TAP Air Portugal" e "colocaria em risco a segurança a bordo", pelo que foi "obrigada" a cancelar o voo. "Este cancelamento foi devido a obrigação judicial de transporte em cabine de animal que não cumpre com a regulamentação aérea acima mencionada. Foram dadas alternativas de transporte para o animal, que não foram aceitas pelo tutor", acrescentou.
A companhia ressalvou ainda que a pessoa necessitada de acompanhamento do animal não estaria a realizar a viagem, "sendo o animal acompanhado por passageira que não necessita do referido serviço". Por fim, a empresa portuguesa lamentou a situação, mas reforçou que se nega a colocar "em risco a segurança dos passageiros, nem mesmo por ordem judicial".