A TAP iniciou, esta quinta-feira, o processo de despedimento coletivo, no âmbito da reestruturação da companhia aérea, abrangendo 124 colaboradores.
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Em comunicado, a TAP lembra que este número representa "uma redução muito expressiva (menos 94%) face aos cerca de dois mil colaboradores que se estimava em fevereiro virem a ser integrados no processo de redimensionamento laboral inscrito e exigido pelo Plano de Reestruturação da TAP, em apreciação pela Comissão Europeia".
"Esta redução no número de trabalhadores identificados para despedimento coletivo é o resultado de um esforço extraordinário que incluiu a celebração de Acordos Temporários de Emergência com todos os Sindicatos, rescisões por mútuo acordo com compensações financeiras acima do legalmente exigido, bem como candidaturas a vagas disponíveis na Portugália, entre outras medidas", sublinha a companhia.
O despedimento coletivo abrange 35 pilotos (face ao número inicial de 458); 28 tripulantes de cabina, contra os inicialmente previstos 747; 38 trabalhadores da ME [Manutenção e Engenharia] Portugal (relativamente ao número inicial de 450); e 23 trabalhadores da sede (face aos iniciais 300).
Citada em comunicado, a presidente executiva da empresa, Christine Ourmières-Widener diz que a principal prioridade da TAP sempre foi "promover e encorajar medidas voluntárias e, no caso das saídas, com compensações mais elevadas do que as previstas na lei".
"Concentrámo-nos em gerir o processo com dignidade e respeito pelas pessoas, com todos os casos avaliados individualmente. Globalmente, estes esforços extraordinários reduziram significativamente o objetivo inicial de redução de efetivos no plano de reestruturação", sublinha.
O Plano de Reestruturação da empresa, atualmente em curso, visa ajustar a capacidade e estrutura de custos da TAP à realidade operacional atual e às projeções para os próximos anos.
"Após 15 meses decorridos desde o início da pandemia, a indústria da aviação está a voar cerca de 50% em comparação com os níveis de 2019, o que forçou as várias companhias aéreas a tomarem fortes medidas de reestruturação a nível mundial, e a TAP não é exceção", recorda a empresa.
"O atual quadro macroeconómico e as inerentes projeções apontam para uma recuperação particularmente lenta da procura, não se prevendo que os níveis de 2019 regressem antes de 2024/25, estimativa que ainda está dependente da evolução futura da pandemia e da eficácia da vacinação", adianta.
Entre fevereiro e junho, várias fases de medidas voluntárias foram promovidas na companhia aérea, bem como candidaturas a vagas disponíveis na Portugália.
"Lamentamos todos os cortes de postos de trabalho causados pela pandemia, na indústria aérea e noutros setores, contudo temos de assumir um compromisso firme com o plano de reestruturação. A sobrevivência e recuperação sustentável da TAP depende da implementação efetiva do plano", acrescenta Christine Ourmières-Widener.
O plano de redimensionamento da TAP foi partilhado com toda a empresa em dezembro de 2020 e teve início em fevereiro deste ano, com a assinatura de Acordos Temporários de Emergência com todos os sindicatos no contexto da declaração da TAP como Empresa em Situação Económica Difícil (SED), tendo-se seguido medidas de cariz voluntário, que visaram alcançar preferencialmente e de forma consensual o objetivo de redução.