Tarifa social da água é uma esmola e Governo lança "bombas napalm" à classe média, diz a DECO
A DECO qualificou, esta terça-feira, como "esmola" a tarifa social da água, apelando a um aumento que trave os cortes no abastecimento de água às famílias carenciadas, e acusou o Governo de lançar sucessivas "bombas de napalm" à classe média.
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"A tarifa social da água e eletricidade tem valores muito pequenos. É preciso aumentar essa tarifa para que represente, de facto, um apoio, uma ajuda para que as famílias não fiquem sem água ou eletricidade, como tem acontecido. Não pode ser uma pequena esmola, como é hoje em dia", afirmou em entrevista à Lusa o secretário-geral da DECO.
Jorge Morgado lembrou que, este ano, a atualização dessa tarifa social -- criada em 2010 para apoiar os consumidores com menores rendimentos - não cobriu "sequer" o aumento da taxa do IVA de 21 para 23 por cento.
"Consideramos este Governo com pouca sensibilidade social. Em relação à classe média tem lançado sistematicamente bombas de napalm. A classe média tem enchido o seu copo com muitas gotas, todas as semanas, que extravasam um copo que já esta cheio", disse, salientando que esta classe está a ser "esmagada pelos sucessivos aumentos" dos serviços públicos, dos impostos, do recuo do Estado em relação às suas prestações.
As estatísticas da DECO provam que a paisagem económica está "cada vez mais dramática" para muitas famílias e que este número tem aumentado "todos os dias", acrescentou.
Segundo a edição de hoje do Jornal de Notícias, o abastecimento de água canalizada está a ser todos os meses cortado a cerca de 3.000 famílias que não têm condições económicas para pagar a fatura.
A DECO recomenda aos consumidores em incumprimento, ou à beira disso, que sejam pró-ativos e contatem os seus credores ou a DECO, evitando agravar a situação: "O pior é as famílias tentarem esconder o problema ou adiaram resolvê-lo, pois entram numa espiral difícil de resolver", defendeu.