A taxa de desemprego entre os homens atingiu os 15,1% no segundo trimestre deste ano, pela primeira vez acima da taxa feminina (14,9%), segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
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Nos dados disponibilizados pelo INE (desde o início de 1998), nunca a taxa de desemprego para homens fora superior à média total. Pelo contrário, era a taxa de desemprego entre mulheres que costumava ficar acima da média.
Normalmente, a taxa de desemprego entre mulheres estava cerca de dois pontos percentuais acima da taxa para os homens.
A discrepância atingiu o ponto máximo no último trimestre de 2007: 3,4 pontos percentuais. Nesse trimestre, a taxa total era 7,8% da população ativa, mas entre os homens era 6,2% e entre as mulheres era 9,6%.
No segundo trimestre deste ano, pela primeira vez, a situação inverteu-se. A taxa para mulheres foi 0,2 pontos percentuais inferior à taxa entre homens.
Esta mudança reflete várias tendências. Por um lado, do primeiro para o segundo trimestre, a taxa de desemprego aumentou entre os homens (de 14,8 para 15,1%), enquanto entre as mulheres diminuiu (de 15,1 para 14,9%).
Além disso, a população ativa cresceu mais entre os homens (0,7%) do primeiro para o segundo trimestre que entre as mulheres (0,5%).
Este número não significa que haja mais mulheres que homens empregados. Há mais homens que mulheres no mercado de trabalho, e há mais mulheres entre a população inativa.
Entre os 827 mil desempregados que o INE regista no segundo trimestre, a grande maioria continua a ser de homens: 438 mil, contra 389 mil mulheres sem emprego.
A taxa total (homens e mulheres) subiu uma décima de ponto percentual no segundo trimestre, atingindo um novo máximo histórico, 15%.
O Governo e a 'troika' têm manifestado "grande preocupação" e surpresa com a evolução do desemprego. Depois de rever os seus métodos de cálculo, o Governo prevê que a taxa atinja uma média de 15,5% para o total de 2012, subindo para 16 por cento em 2013.