Teixeira dos Santos diz que "ajustamento exige sacrifícios inadiáveis com sentido de equidade"
O ex-ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, defendeu, esta quinta-feira, no Porto, que o ajustamento a efectuar impõe "sacrifícios incontornáveis e inadiáveis que devem ser exigidos com sentido de equidade e de proporcionalidade".
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Sem fazer qualquer referência à proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2012, entregue pelo Governo, Teixeira dos Santos afirmou, na abertura do ano lectivo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, que "Portugal não pode falhar no cumprimento do seu programa de ajustamento".
"Temos que ter consciência que o ajustamento a efectuar é grande e que exige sacrifícios muito significativos", defendeu, considerando que "devem ser exigidos com sentido de equidade e de proporcionalidade e não podem ignorar as exigências de relançamento, a prazo, de um forte crescimento económico".
O antigo ministro das Finanças lembrou que "está em causa a recuperação da confiança dos mercados em Portugal", considerando que "a dimensão do esforço em curso e o quadro de rigor, disciplina e condicionalidade no qual ele se desenvolve são elementos credibilizadores importantes".
Para Teixeira dos Santos, "a resolução da crise grega não deixará de ter implicações para Portugal". O economista defendeu, ainda, que, "a nível nacional, a saída da crise implica assegurar a estabilidade e solvabilidade do sistema financeiro, colocar os défices e as dívidas em trajectórias de correcção credíveis e sustentáveis e adoptar as reformas indispensáveis para promover a sustentabilidade e maior qualidade das finanças públicas".