Têxtil precisa de mão de obra para responder aos novos desafios da indústria
O problema é transversal à indústria, mas afeta de forma preocupante a têxtil: há dificuldade em contratar mão de obra, numa altura em que o setor vive vários processos de transformação em simultâneo para responder às exigências do mercado e do ambiente.
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Seja para áreas mais tradicionais, como a tecelagem ou a confeção, ou para funções que tornam o trabalho mais eficiente e sustentável, não é fácil empregar. “É um assunto preocupante. A média de idade é elevada e há necessidade de fazer novos recrutamentos, quer para a substituição em profissões mais típicas, quer para as novas profissões. Estamos a fazer várias transições e estamos preocupados com a retenção de talento e de recursos humanos”, assume a diretora-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).
Com escassez de jovens no setor, a “passagem de conhecimento” fica comprometida. Ana Paula Dinis defende que é preciso “desmistificar algumas ideias preconcebidas” acerca da exigência física e dos baixos salários. “Não pagamos tão mal como o público pensa, sobretudo quando falamos de áreas mais técnicas”, defende a representante do setor, indicando que os vencimentos podem começar nos 1200 euros.