Lançado em 2020, o Toyota GR Yaris desde logo alcançou o estatuto de carro de culto e só em Portugal vendeu, até este mês de outubro, 256 unidades. Chega agora profundamente renovado e ainda mais desejável.
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Foi num fim de semana de corridas que, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, a Toyota Caetano Portugal apresentou o novo Yaris, um modelo que conquistou mais de 20 mil clientes em toda a Europa e cujo sucesso levou a marca a adotar o nome para o modelo que, no Japão, se chamava Vitz.
Para a mais recente geração do GR a marca ouviu os clientes, corrigindo-lhe os detalhes que geraram maior número de queixas, a saber: a altura do banco; o espelho retrovisor interior muto baixo; ecrã multimédia demasiado alto; som de escape pouco audível; e o TSS (Toyota safety Sense) muito intrusivo.
A Toyota aproveitou para alterar a assinatura luminosa, tirando a terceira luz de Stop do spoiler, pois havia clientes que pretendiam alterá-lo e não o podiam fazer.
Mas foi mais longe, aumentando a potência do GR Yaris em 20 cavalos (tem, agora, 280), o binário em 30 Nm (para 0s 390 Nm) e montando, pela primeira vez, uma caixa de velocidades automática. Há um novo para-choques frontal, com grelha metálica (também aplicada no para-choques traseiro) e divididos em três partes.
"Isto visou tornou as reparações mais baratas. Muitos clientes usam o GR em pista, onde é normal haver pequenos toques. Assim, já não é necessário substituir o para-choques completo. E, de igual modo, a grelha metálica resiste melhor à projeção de pequenas pedras, por exemplo", explicou Victor Marques, Relações Públicas da Toyota Caetano Portugal.
No interior, destaque para o cockpit digital denominado "driver first", ou seja orientado para o condutor, e uma posição mais baixa do banco.
Foram igualmente alterados os modos de condução. Empurrando o botão seleciona-se o modo Track e obtém-se uma distribuição da potência que pode variar entre os 60:40 e os 30:70 (percentagem distribuída, respetivamente, entre os eixos dianteiro e traseiro). Girando para a esquerda temos o Normal, com 60:40 e, para a direita, o Gravel, em que a distribuição é de 53:47%.
O GR Yaris está disponível apenas na versão Legend, com transmissão manual ou automática, tendo como único acessório as jantes de 18 polegadas maquinadas (de série são em liga leve). Há uma nova cor, a Cinza Heavy Metal, e um interior em pele e Alcântara vermelho.
A versão de caixa manual custa 58 mil euros e a automática 65 mil.
Sobre esta última, destaque-se que a marca afirma ser mais rápida que a caixa manual e, por outro lado, permite alargar o leque de clientes.
Competição
Um fim de semana de corridas, o Algarve Classic Festival, no Autódromo Internacional do Algarve, que contemplava uma prova da Iberian Cup Super Cars, permitiu à Toyota Caetano reunir em Portimão dois GR Supra GT4 (participantes no troféu), um GR Yaris Rally 2 e a nova Hillux T1+ Evo, pilotada por João Ramos.
Dois co-drives intensos (não tivemos oportunidade de andar ao lado de João Ramos), que serviram para aquilatar do bom trabalho desenvolvido pela Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal, que não deixa de surpreender, tendo em conta a racionalidade recente dos automóveis da marca japonesa.
"Somos conhecidos pela qualidade, durabilidade, fiabilidade. Mas houve um momento em que o próprio presidente da Toyota, Akio Toyoda, decidiu voltar à competição automóvel, sobretudo porque achou que era o palco correto para desenvolver novas tecnologias, testar novas soluções, até mais amigas do ambiente, como o hidrogénio", recordou Vítor Marques.
O hidrogénio, que o fabricante que utilizar como combustível direto em motores a combustão, permite "continuar a ter o som, a vibração" que fazem as delícias de quem gosta de automóveis, com a redução da pegada de carbono.
"Trata-se de uma solução para motores a combustão, que podem ser convertidos, e já temos um Yaris com essa tecnologia. Basicamente o sistema de injeção é alterado, oferecendo performances bastante interessantes e com mais binário," revelou Victor Marques.
Multi-energias
A aposta na eletrificação, iniciada pela Toyota há quase 30 anos, com o primeiro Prius, fez com que a marca esteja, atualmente, "numa posição mais confortável do que os restantes fabricantes" e em condições para "poder ainda lançar veículos desportivos, emocionantes".
"Isso é, no fundo, a grande mensagem dos multicaminhos (leia-se energias). Há várias tecnologias para o futuro e temos que evoluir e desenvolver cada uma delas, porque cada cliente tem as suas necessidades e procura o seu tipo de automóvel e, portanto, essa mobilidade tem que ter várias soluções. E sempre tendo em atenção o ambiente", concluiu.