Ao fim de 26 anos no mercado e mais de quatro milhões de unidades vendidas em todo o Mundo, o Toyota Prius reinventou-se e chega agora ao mercado nacional apenas em versão híbrida plugin.
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O novo Prius tem agora uma carroçaria em formato coupé, é o mais potente de sempre, oferece umas das maiores autonomias elétricas do mercado e tem uma dinâmica muito envolvente, para gáudio daqueles que ainda gostam de conduzir.
Apresentado recentemente no Norte do país, o modelo começa por surpreender pela estética, verdadeiramente apelativa, depois pelo espaço interior e ainda pelo equipamento, que é bastante generoso, em especial na versão de topo, a Premium.
E foi esta que nos fez companhia durante cerca de 300 quilómetros em percurso misto de circuito urbano, estradas nacionais e auto-estradas. Chegamos ao final com uma média de 5 l/100 km, e conseguimos fazer 69 quilómetros em modo elétrico, não muito longe dos 72 homologados pela Toyota para esta versão, equipada com jantes de 19 polegadas.
A dinâmica é um dos pontos fortes deste Prius, agora com 223 cavalos de potência combinada e 208 Nm de binário, que oferece acelerações convincentes – demora 6,8 segundo dos zero aos 100 km/h - e tem um comportamento em estrada que chega a ser divertido, algo que julgaríamos impensável num Prius. É certo que a caixa de velocidades, a denominada CVT, não é chamada a esta festa, mas o chassis e as suspensões estão à altura de tudo o que lhes pedirmos e sem que disso se ressintam muito os consumos.
E a colocação da bateria sob o banco traseiro e a passagem do depósito de gasolina para uma posição mais avançada, permite ter um centro de gravidade mais baixo, melhorando a postura em estrada. É a rolar que nos apercebemos dos cuidados postos na insonorização do Prius, pois ao interior apenas chegam alguns “murmúrios” dos pneus.
Teto solar
Uma particularidade desta versão Premium é o facto de dispor de um teto solar no tejadilho que permite carregar até oito quilómetros por dia e que, comprovamo-lo, funciona mesmo bem. Diz a Toyota que, estando parado ao sol, numa semana consegue carregar completamente a bateria. Em andamento, o teto solar alimenta os denominados acessórios.
A Toyota sublinha que a economia de combustível é beneficiada pelo sistema de Condução Eficiente Preditiva que é capaz de "aprender" através dos trajetos regulares e do estilo de condução e de “otimizar automaticamente o funcionamento totalmente elétrico do Prius para minimizar o consumo”.
Por outro lado, os dados do sistema de navegação identificam locais onde ocorrem regularmente desacelerações repentinas, para que a travagem regenerativa seja aumentada automaticamente para maximizar a recuperação de energia.
“Na aproximação a autoestradas ou de subidas, que requerem potência adicional, o sistema seleciona de forma proativa o modo Híbrido para carregar a bateria para a iminente utilização exigente, melhorando ainda mais a eficiência, em termos práticos, do consumo de combustível. O sistema torna-se cada vez mais eficaz à medida que a quantidade de dados disponíveis aumenta com o número de quilómetros percorridos, permitindo uma utilização cada vez mais eficiente da energia elétrica”, refere a marca.
Mas nem tudo são rosas na quinta geração do Prius, como é o caso da capacidade da bagageira, que é de 284 litros, menos 1 que a do Toyota Yaris, das bolsas das portas de reduzidas dimensões ou do painel de instrumentos pequeno e colocado muito à frente dos nossos olhos.
Tecnologia embarcada
Tecnicamente, o Prius mostra todo o “savoir-faire” que a Toyota acumulou em 26 anos de tecnologia híbrida e híbrida plugin (disponível na gama desde 2012), embora se lhe possa reprovar algum conservadorismo no carregador embarcado, de apenas 3,5 Kw, quando a concorrência já oferece 7,4 Kw.
Numa tomada doméstica a bateria é carregada em 5,50 horas, ao passo que usando uma wallbox (carregador de parede) o Prius precisa de 4.05 horas.
O fabricante japonês redime-se oferecendo, por exemplo, uma bomba de calor, bastante mais eficiente que o ar condicionado normal, ou uma vasta panóplia de sistemas de segurança ativa e passiva.
Por outro lado, o Prius está equipado com a última geração dos sistemas Toyota T-Mate e Toyota Safety Sense, que inclui, por exemplo, o Sistema Avançado de Estacionamento semi-autónomo, que pode memorizar locais usados regularmente para estacionar. Dispõe de um Monitor de Visão Panorâmica, que fornece uma visão geral da zona envolvente do veículo durante manobras a baixa velocidade, o Detetor de Ângulos Mortos e o Alerta de Tráfego Cruzado Traseiro com travagem automática.
A eficácia do sistema de pré-colisão foi igualmente melhorada através da análise do estado do condutor no momento em que for detetado um perigo potencial e ajustando a sua reação da forma mais adequada.
E a Assistência ao Reconhecimento de Sinais de Trânsito (RSA) avisa o condutor, visualmente no visor e por um alerta sonoro, se exceder o limite de velocidade estipulado ou ignorar um sinal de 'sentido proibido. E a velocidade do Cruise Control Adaptativo (ACC) pode ser redefinida premindo um botão para responder a alguma mudança no limite de velocidade indicado pelo RSA.
O sistema de Cruise Control Adaptativo (ACC) foi atualizado e também inclui uma nova função para evitar ultrapassagens inadvertidas. Os sensores da câmara frontal passam a contar com o dobro da distância de deteção frontal e visões lateral e vertical mais amplas, permitindo detetar objetos mais cedo, bem como identificar uma gama mais ampla de perigos potenciais, incluindo motos e objetos na estrada.
O Prius está disponível em três versões: a Exclusive (vista a partir dos 41.900 euros); a Luxury (44.190 euros) e a Premium (49.690 euros).