Os trabalhadores da ANA exigiram, esta quinta-feira, a suspensão do processo de privatização da gestora aeroportuária, à semelhança do que o Governo decidiu para a TAP.
Corpo do artigo
Em comunicado conjunto, as organizações representativas dos trabalhadores exigiram "a suspensão do processo de privatização da ANA, porquanto foram postos em causa pressupostos estratégicos para o setor da aviação civil que foram também enunciados pelo Governo".
Depois da decisão do Governo de suspender a privatização da TAP, os trabalhadores voltaram a pedir uma reunião de urgência com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, acusando o Governo de não cumprir o compromisso de informar a plataforma de entendimento (Comissão de Trabalhadores e SINDAV, SITAVA e SQAC).
"Aos pedidos de reunião desta plataforma para análise deste processo, o Governo respondeu com factos consumados", criticam.
O Governo mantém a intenção de decidir a venda da ANA no conselho de ministros da próxima quinta-feira, processo ao qual concorrem quatro consórcios.
"Mantém-se a intenção de anunciar a decisão sobre a venda da ANA no conselho de ministros na próxima semana", afirmou a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque.
Questionada sobre o impacto que a rejeição da proposta concorrente à privatização da TAP pode ter no processo da ANA, a governante escusou-se a comentar, explicando que o Governo não comenta processos em curso.
Ainda assim, Maria Luís Albuquerque realçou que a privatização da gestora aeroportuária não está em fase de negociação, mas "de clarificação das propostas".
"Seguimos escrupulosamente o processo. Será objeto de decisão do conselho de ministros na próxima semana", declarou.
A Parpública, empresa gestora das participações públicas, recebeu "quatro propostas vinculativas" para a compra da ANA.
Os franceses da Vinci, os suíços Flughafen Zurich, a EMEA, consórcio liderado pelos argentinos da Corporacion America, e os alemães da Fraport entregaram as propostas para a aquisição da empresa que gere os aeroportos em Portugal. Pelo caminho, ficou o consórcio liderado pela Odinsa que integrava a portuguesa Mota-Engil.