Os trabalhadores da antiga Triumph deslocam-se, esta quinta-feira, à Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, para entregar simbolicamente uma peça de "lingerie" e apelar para que o Governo intervenha e evite o encerramento da fábrica.
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A iniciativa, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Curtumes do Sul, vai decorrer a partir das 11.30 horas e contará com uma ação paralela na Baixa de Lisboa, disse a sindicalista Mónica Antunes, na quarta-feira, à agência Lusa.
"Esta será mais uma forma de luta destas trabalhadoras porque o protesto não pode ser sempre aqui, à porta da fábrica. Vamos distribuir panfletos para a Rua Augusta [em Lisboa] e vamos ao Conselho de Ministros pedir uma resposta", explicou.
A sindicalista referiu que as trabalhadoras vão levar uma peça de "lingerie" para entregar aos ministros e que esperam poder ser recebidas.
A fábrica da antiga Triumph (de roupa interior feminina), sediada na freguesia de Sacavém, concelho de Loures, foi adquirida no início de 2017 pela TGI-Gramax e emprega, atualmente, 463 trabalhadores.
No entanto, em novembro, a administração da empresa comunicou aos trabalhadores que iria ocorrer um processo de reestruturação, que previa o despedimento de 150 pessoas.
Em 5 de janeiro, depois de tomarem conhecimento de que a administração tinha iniciado um processo de insolvência, os trabalhadores começaram uma vigília à porta das instalações para impedir a saída de material da fábrica.
Durante esse tempo, deputados, autarcas e sindicalistas deslocaram-se às instalações da antiga Triumph para levar mantimentos e demonstrar solidariedade.
Entretanto, na terça-feira, o ministro da Economia, Caldeira Cabral, disse esperar que se encontre uma "solução" para a Têxtil Gramax, admitindo a existência de interessados na fábrica, mas caso não seja possível "que, pelo menos, se acautele os direitos dos trabalhadores".