Duas empresas fornecedoras da Toyota localizadas na China estão em greve, um novo sinal da crescente movimentação dos trabalhadores migrantes, que são o pilar do sector industrial do país, por salários mais elevados.
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Os trabalhadores de uma fábrica de componentes de plástico da Toyota Motor Corporation, uma filiada da Toyota Gosei Co, na cidade de Tiajin, no nordeste do país, entraram em greve na quinta feira, forçando a linha de produção a encerrar durante a tarde, afirmou o porta voz da empresa mãe Tomotaka Ito, na sede da companhia em Aichi, no Japão.
Esta paralisação seguiu-se a uma greve de um dia dos trabalhadores de outra unidade da Toyota Gosei e fornecedor da marca, a Tianjin Star Light Rubber and Plastic Co, que terminou quarta feira, depois de a empresa aceder rever o salário dos seus 800 trabalhadores.
"Continuamos as negociações com os trabalhadores, mas neste momento não sabemos quando se pode retomar a produção", esclareceu Ito.
O porta voz não avançou quantos são os grevistas, que reclamam aumentos salariais.
Também os fornecedores da Honda Motor Co. na China foram afectados por várias greves no mês passado, obrigando a uma suspensão intermitente da produção automóvel devido à falta de componentes.
Os trabalhadores da Honda Lock, em Guangdong, terminaram uma greve no início desta semana, depois de a companhia ter concordado em continuar negociações com vista ao aumento salarial.
Até agora, a maioria das disputas laborais no ramo automóvel têm ocorrido no sul da China, perto de Guangzhou, onda tanto a Honda como a Toyota possuem unidades de produção.
Embora Pequim não tenha feito comentários sobre casos específicos, o primeiro ministro, Wen Jiabao, assinalou a preocupação do regime no início desta semana, apelando a um melhor tratamento das legiões de jovens trabalhadores migrantes do país.
Uma legislação laboral que entrou em vigor em 2008 acelerou um aumento da consciência dos trabalhadores relativamente aos seus direitos.
Apesar de as manifestações públicas serem proibidas na China, bem como sindicatos independentes, as autoridades toleram esporadicamente protestos pacíficos sobre questões laborais.