Os trabalhadores dos Hotéis Tivoli decidiram hoje, sábado, em plenário realizado em Lisboa, prolongar a greve por mais um dia, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Hoteleira, Turismo e Similares do Sul.
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"O plenário decidiu a continuação da greve por mais um dia e amanhã [domingo, dia 3 de Abril] vamos fazer a greve tal como hoje fizemos", disse Rodolfo Caseiro aos jornalistas, no final do plenário com os trabalhadores do Hotéis Tivoli Lisboa e Jardim, do Grupo Espírito Santo.
Rodolfo Caseiro disse que os trabalhadores, em greve desde as 05:30 de hoje, sábado, realizam no domingo um novo plenário para decidir se prolongam o protesto ou se adoptam novas formas de luta, estando previsto, no final do dia de domingo, solicitar à administração dos Hotéis Tivoli uma reunião.
O dirigente sindical admitiu também a possibilidade de a greve vir a ser suspensa para na reunião com a administração poder haver margem para negociação.
"Para colocar à administração o seguinte: nós fizemos uma greve que teve o impacto que teve, teve a força que teve, pensamos que há condições para vocês mudarem de opinião. E é isso que vamos pedir, que mudem de opinião", explicou Rodolfo Caseiro.
Acrescentou que, da parte dos trabalhadores, a reivindicação é de um aumento de 3 por cento sobre os ordenados e frisou que a média salarial ronda os 600 euros.
Segundo o dirigente sindical, o sindicato continua a apostar na negociação para conseguir rever os salários dos trabalhadores, mas adiantou que se isso não acontecer haverá novo plenário, desta vez no interior do Hotel Tivoli Lisboa, para colocar aos trabalhadores a possibilidade de avançar para novas formas de luta.
"Por exemplo, durante uma semana vir para a porta do hotel com comunicados em inglês, francês, alemão para dar aos hóspedes e com um carro de som", exemplificou.
Os trabalhadores alegam que a administração da empresa rejeita as reivindicações salariais, mas nunca apresentou uma contra proposta.
"Estamos a reivindicar coisas que nos fazem falta e estou disposta a continuar esta greve pelo tempo que for preciso, porque estou aqui há 38 anos e nunca vi uma coisa destas", justificou Maria do Carmo Rodrigues, uma das trabalhadoras.
"Vejo muitas injustiças e estou disposta a continuar esta greve. Tenho um filho para criar", justificou Deolinda Carvalho, funcionária há 10 anos.
O sindicato diz que a adesão à greve ronda os 90 por cento, o que a administração refuta.
Cerca de 30 grevistas estão concentrados desde as 05:30 junto às garagens do Hotel Tivoli Lisboa em protesto contra aquilo que consideram ser a postura "intransigente" da administração em matéria de actualização salarial.
A administração dos Hotéis Tivoli sustentou hoje, sábado, que o número de trabalhadores que aderiram à greve é "irrisório".
Segundo disse à agência Lusa o administrador Alexandre Solleiro, a percentagem dos trabalhadores em greve ronda os 3 a 4 por cento.
De acordo com o responsável, de manhã estavam cerca de 15 trabalhadores em greve nos Hotéis Tivoli Lisboa e Jardim, não havendo qualquer adesão nas unidades Seteais e Sintra.