Os trabalhadores gregos começaram hoje, segunda-feira, uma nova semana de protestos contra as medidas de austeridade do governo. Quarta-feira é dia de greve geral.
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O presidente do sindicato dos empregados públicos, Spíros Papaspíros, declarou hoje, segunda-feira, que "todos devem sair a 5 de Maio para as ruas para enviar uma mensagem aos senhores do FMI e da Comissão Europeia de que o povo não aguenta".
Os empregados dos municípios e das prefeituras têm previsto ausentar-se dos postos de trabalho para protestar contra o projecto que reduzirá a administração local incluído no pacote de medidas de austeridade para evitar a falência do país.
Os trabalhadores vão protestar à frente do Parlamento em Atenas com um desfile de camiões de recolha de lixo.
Também os professores universitários e de colégios privados fazem uma paralisação de quatro horas para exigir um melhor sistema de ensino e medidas de contratação objectivas.
Os protestos realizam-se um dia depois de os países da zona euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) terem concluído um acordo que cede à Grécia créditos no valor de 110 mil milhões de euros nos próximos três anos.
O sector privado, representado pela confederação Gsee, também entrará em greve na quarta-feira e todas as lojas permanecerão fechadas e os comerciantes farão uma paragem entre as 9 horas e as 15 horas (entre as 7 horas e as 13 horas em Lisboa).
Os sindicatos protestam contra o amplo pacote de medidas que inclui o corte dos salários e pensões, o aumento de impostos sobre o tabaco, álcool e gasolina, bem como um novo aumento do IVA.
Com estas medidas, o governo pretende poupar cerca de 30 mil milhões de euros nos próximos anos para conseguir reduzir o défice público até um valor abaixo dos 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014.
A primeira fatia da ajuda internacional para a Grécia deverá chegar antes do dia 19 de Maio, data em que este país deverá pagar aos credores cerca de 9 mil milhões de euros.
A imprensa grega recebeu a ajuda do mecanismo europeu com primeiras páginas em negro, de luto, que incluíam títulos como "Em busca da esperança", "Quatro anos sem respirar", "30 000 milhões de euros terão que pagar os trabalhadores" e "O grande sacrifício".