Aeroporto de Faro recupera movimentos e o do Porto está quase ao nível de 2019, mas Lisboa continua com problemas e ainda está em perda.
Corpo do artigo
Ainda não será este ano que o tráfego aéreo ombreará com os valores pré-pandemia, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla original em inglês). As dificuldades na contratação de pessoal, quer pelos aeroportos, quer pelas companhias, após os despedimentos que surgiram com a covid-19, obrigaram várias companhias a reduzir capacidade e cortar frequências. Na Europa, desde o início deste ano e em comparação com 2019, o número de voos ainda está 14,9% abaixo da média. Em Portugal, a diferença é de menos 2,8%.
As previsões da IATA relativamente ao tráfego aéreo mundial, impactado pela pandemia e pelo aumento de 73% no jetfuel, apontam que os níveis de 2019 serão atingidos apenas em 2024. O otimismo, este ano, foi maior na European Travel Comission, que previa que os valores de tráfego aéreo pudessem superar já em 2022 os números do pré-pandemia, ainda que os passageiros oriundos de fora da região ficassem 30% abaixo do passado.
Aviões em terra
A verdade é que, apesar do aumento das tarifas, os passageiros estão a ser demovidos de voar devido à diminuição da oferta das companhias, a braços com a falta de pessoal para operar os aviões, e dos aeroportos, cujas imagens de caos, com malas amontoadas e filas de passageiros, se têm multiplicado nas redes sociais e nas notícias.
Na Europa, de acordo com a Organização para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol), a média diária de voos desde o início deste ano ainda está 14,9% abaixo dos registados em 2019.
Mesmo com valores médios semanais de voos 2,8% abaixo dos registados em 2019, Portugal não é dos países mais atrasados na recuperação - pelo contrário, surge em quinto lugar, atrás da Arménia, Albânia, Bósnia-Herzegovina e Grécia. Próximos dos valores de Portugal estão outros destinos concorrentes no turismo, como a Turquia e Marrocos (cujo espaço aéreo integra a zona controlada pela Europa). Outros destinos, como Espanha, Itália, França ou Reino Unido, que recebiam bastantes mais voos do que Portugal, estão a sentir mais dificuldade na retoma e mantêm-se até 15% abaixo dos valores de 2019.
Por cá, com o início da época balnear a alterar os preços fixados há uns meses, o aeroporto de Faro é, agora, aquele que apresenta uma menor variação semanal de movimentos (menos 4,2%) face aos de 2019, seguido do Porto (menos 5,8%) e Lisboa (menos 7,5%). Na análise diária da passada sexta-feira, Lisboa registava uma quebra maior, de 12,3%, enquanto o Porto estava só a 2,1% dos valores de 2019 e Faro superava-os em 8,4%.
Variação
12,3%
Quebra diária de voos no Aeroporto de Lisboa no dia 1 de julho face ao homólogo de 2019. O Porto já só está 2,1% abaixo dos valores pré-pandemia.