A companhia aérea escandinava SAS, em dificuldades financeiras, deu início a um pedido de falência nos Estados Unidos, no quadro de um plano económico em curso.
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A medida foi anunciada pela empresa um dia após o começo de uma greve por tempo indeterminado decretada pelo principal sindicato de pilotos da Escandinávia.
"Além dos efeitos da greve, as atividades e os planos de voo da SAS não vão ser afetados por esta medida [pedido de falência nos Estados Unidos] e a SAS vai continuar a servir normalmente os clientes", disse a empresa detida maioritariamente pelos Estados sueco, norueguês e dinamarquês.
Nos Estados Unidos, o recurso ao "capítulo 11" é dispositivo legal que permite que uma empresa deixe de pagar a dívida incentivando um processo de reestruturação "protegido" dos credores e mantendo as operações em curso.
A SAS conta utilizar o procedimento durante um período de "nove a 12 meses", explicou o diretor-geral da empresa, Anko van der Werff, durante uma conferência de imprensa, esta terça-feira.
Uma das vantagens na escolha de proteção nos Estados Unidos, ao contrário do que ocorre em outros países como a Suécia [onde se encontra a sede da empresa] é a manutenção da propriedade dos aviões, explicou o diretor-geral da SAS.
De acordo com a empresa, o "capítulo 11" norte-americano "visa acelerar a transformação da SAS, implementando os 'elementos chave' do plano de economia contínuo (SAS Forward)".
"Nós temos que fazer muito mais e mais depressa", disse o presidente do conselho de administração da SAS, Carsten Dilling, acrescentando que se trata de uma decisão "bem ponderada" face a uma "estrutura de custos" muito elevada da empresa.
Fragilizada pelos efeitos da pandemia de covid-19 e pelas perdas recorrentes, a SAS anunciou em fevereiro o plano de poupança de cerca de 750 milhões de euros por ano, reforçado em junho por um plano de aumento capital de mil milhões de euros.
A Dinamarca, que como a Suécia detém 21,8% do capital da companhia, disse estar pronta para assumir uma participação. A Suécia e a Noruega concordaram transformar os créditos em capital.