A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal considera um "alerta" a decisão do tribunal de Portalegre, segundo a qual a entrega de casa ao banco liquida a dívida, e defende a necessidade de os bancos agirem.
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"É um aviso, é mais um alerta", afirmou à agência Lusa o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Medição Imobiliária (APEMIP), Luís Lima, num comentário à notícia avançada este sábado pelo "Diário de Notícias", segundo a qual o Tribunal de Portalegre determinou que a entrega de habitação ao banco paga todo o empréstimo em dívida.
Luís Lima salienta o facto de a decisão tornada pública hoje ter de constituir jurisprudência, mas sublinha a necessidade de a banca "agir, intervir antes de o problema aumentar e tomar proporções incontroláveis".
"Acima de tudo, as pessoas têm de sentir que o banco é um parceiro que vai tentar ajudá-los e é isso que, muitas vezes, não acontece", afirmou o presidente da APEMIP, reconhecendo, contudo, que a situação "está a mudar".
Nos primeiros três meses deste ano, foram entregues 2.300 imóveis, tanto por famílias como por promotores imobiliários, em resultado do incumprimento nos créditos à habitação e à construção, segundo dados da APEMIP.
Este valor, que corresponde a uma média de 25 imóveis entregues por dia, representa uma subida de 74%, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Em 2011, cerca de 6.900 imóveis foram entregues em dação em pagamento.