O chefe da missão da troika em Portugal e representante do Fundo Monetário Internacional, Subir Lall, disse esta quarta-feira que o encontro com os parceiros sociais não vai servir para discutir cortes salariais, mas temas "mais abrangentes".
Corpo do artigo
"Não. Não sei onde ouviram isso, vamos discutir assuntos mais abrangentes", disse Subir Lall, à chegada ao encontro com as confederações sindicais e patronais, quando questionado sobre se no encontro seria discutido a flexibilização salarial que o FMI tem defendido para a economia portuguesa e em especial para o setor privado.
Apesar de curta, esta declaração aos jornalistas do chefe da missão da troika (composta por FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) foi inédita, já que habitualmente os representantes não falam à comunicação social à margem deste tipo de encontros.
Além de Subir Lall, do FMI, o encontro desta quarta-feira conta ainda com a presença de Rasmus Ruffer enquanto representante do Banco Central Europeu e John Berrigan como representante da Comissão Europeia.
Estes responsáveis estão reunidos na sede do Conselho Económico e Social (CES) com os representantes dos sindicatos, neste caso o secretário-geral da CTGP, Arménio Carlos, e a presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, e com os representantes dos patrões, ou seja, com o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, e com o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), Vieira Lopes.
Este encontro insere-se no décimo exame regular ao programa de ajustamento, depois de as oitava e nona avaliações ao programa de ajustamento terem terminado no início de outubro.
A equipa da troika está em Portugal desde 4 de dezembro.