Troika diz que programa de ajuda "está no bom caminho, mas subsistem desafios"
A 'troika' composta pelo Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional considera que a execução do programa de ajuda financeira a Portugal "está no bom caminho", mas alerta que "subsistem desafios" ao cumprimento do acordo.
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Num comunicado divulgado, esta terça-feira, sobre os resultados da terceira avaliação ao programa de ajuda, a 'troika' prevê que este ano a economia portuguesa "continuará a enfrentar dificuldades".
A missão que esteve em Portugal entre 15 e 27 de fevereiro espera que, em 2012, o PIB português se reduza 3,25% - previsão equivalente aos 3,3% hoje avançados pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar.
No entanto, em 2013, "deverá registar-se uma pequena recuperação, apoiada sobretudo no investimento privado e nas exportações".
A meta estabelecida para o défice orçamental do próximo ano (4,5%) "permanece exequível", acrescenta a 'troika', que recomenda, no entanto, "esforços adicionais para recuperar o atraso de Portugal", nomeadamente a nível dos setores dos "serviços de rede e setores protegidos". A 'troika' destaca especialmente a necessidade de intensificar os "esforços de reforma" no setor da energia, em particular da eletricidade.
Assim, a terceira avaliação do programa de ajuda a Portugal foi positiva, sendo aprovada uma nova tranche de quase 15 mil milhões de euros.
Numa conferência de imprensa hoje em Lisboa, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, adiantou que o Governo reviu em baixa a previsão de crescimento para 2012, prevendo agora uma contração de 3,3%, tal como as mais recentes previsões da Comissão Europeia. Na proposta de Orçamento do Estado para 2012, o Governo previa uma contração da economia de 2,8%.
Gaspar acrescentou que a taxa de desemprego vai atingir os 14,5% em 2012 e que diminuirá "apenas ligeiramente" em 2013. A média prevista no Orçamento de Estado para 2012 era de 13,4%, sendo que no quarto trimestre de 2011 a taxa de desemprego já tinha atingido os 14%, segundo o Instituto Nacional de Estatística.
Vítor Gaspar disse ainda que o Governo vai avançar com o pagamento de 1.500 milhões de euros em dívidas do setor da saúde, que deverá ser possível já a partir de abril.