O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse, esta quarta-feira, estar confiante na conclusão definitiva do novo programa de resgate à Grécia e previu o falhanço daqueles que teriam elaborado o que designou de "plano oculto" contra o seu país.
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Ao pronunciar-se pela primeira vez desde o fim das negociações técnicas, concluídas na manhã de terça-feira, e durante uma visita ao Ministério das Infraestruturas, Tsipras disse estar "confiante na conclusão de um acordo e de um empréstimo do Mecanismo de Estabilidade Europeu que porá termo à incerteza económica" do país.
Apesar de transparecer um otimismo generalizado entre os credores sobre a aceitação para breve deste acordo técnico ao nível político, diversos países como a Alemanha ou a Finlândia ainda pareciam reticentes.
Ainda esta quarta-feira, o Governo alemão destacou o "clima construtivo" com que decorreram as negociações entre Atenas e as instituições envolvidas no terceiro resgate à Grécia, mas recusou avaliar o seu conteúdo por considerá-lo "prematuro".
Na tarde de terça-feira e por telefone, a chanceler alemã Angela Merkel exprimiu a Alexis Tsipras a sua preferência por um "empréstimo-ponte" à Grécia, antes da assinatura definitiva deste novo empréstimo de 85 mil milhões de euros, para permitir que Atenas cumpra designadamente o compromisso de um reembolso de 3,4 mil milhões de euros ao Banco central europeus (BCE) em 20 de agosto.
O ministro das Finanças finlandês, Alexander Stubb, considerou por sua vez que falar de um acordo era "ainda uma grande palavra". Na Alemanha e Finlândia diversos setores, incluindo círculos próximos do poder, continuam a defender uma saída da Grécia da zona euro.
Sem particularizar, Tsipras considerou que "aqueles que têm um desejo secreto, um plano secreto para reformular a zona euro utilizando a Grécia como pretexto, vão falhar".
O primeiro-ministro grego, que também se confronta com a oposição ao acordo proveniente da ala esquerda do seu partido, e de uma parte do grupo parlamentar do Syriza, parece ter decidido ignorar estas divergências.
Na noite de terça-feira, decidiu enviar ao parlamento uma cópia relacionada com o acordo, e na forma de um projeto-lei de 400 páginas, pedindo que seja convocada uma sessão parlamentar extraordinária na quinta-feira para ratificar o documento.