O primeiro-ministro grego equiparou na segunda-feira as exigências dos credores externos do país a "oportunismo político", considerando que eram feitas depois de cinco anos de "pilhagem da economia" grega.
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"Esperamos pacientemente até que as instituições [União Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI)] cedam ao realismo", disse Alexis Tsipras, em declaração escrita enviada ao diário de esquerda grego Ephimerida ton Syndakton.
O encontro de posições da Grécia e dos credores foi impossível de fazer, levando à interrupção de um novo ciclo negocial, apesar de Atenas ter alegadamente feito uma cedência orçamental antes de interromper as negociações, apesar da urgência financeira.
Em 30 de junho, a Grécia tem de pagar 1,6 mil milhões de euros ao FMI, mas não é certo que o possa fazer.
Se não fizer o reembolso, a Grécia poderá ter de enfrentar as consequências do incumprimento, que a ocorrer será uma novidade na Zona Euro.
Mas o Governo de Tsipras já fez saber que está pronto para regressar à mesa das negociações "a qualquer momento".
Porém, acentuou o porta-voz do executivo, considerando como base negocial a proposta grega.
No entanto, tanto a Comissão Europeia, como um documento publicado pelo diário grego Kathimerini, avançaram que Atenas tinha aceitado a exigência dos credores relativa à verificação de um excedente orçamental, excluindo o serviço da dívida, de 1% em 2015 e 2% em 2016, quando os gregos pretendiam 0,6% e 1,5%, respetivamente.
Mas falta "avaliar se os compromissos para aí chegar são credíveis", relativizou na segunda-feira um porta-voz da Comissão.
A próxima reunião entre os representantes gregos e dos credores está prevista para antes do encontro regular dos ministros das Finanças da Zona Euro na quinta-feira.
Neste dia, Tsipras vai estar na Federação Russa, pela segunda vez em dois meses.
Hoje e quarta-feira, Atenas vai receber o primeiro-ministro austríaco, Werner Faymann, que vai ser o primeiro dirigente europeu a deslocar-se à capital grega, desde que o Syriza chegou ao poder.
Na segunda-feira, Faymann alertou os seus pares europeus para as consequências da "austeridade extrema" que se pretende aplicar na Grécia.