O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou esta sexta-feira que deseja "um corte de 30% da dívida" da Grécia e um período de carência de 20 anos para assegurar "a viabilidade" da mesma.
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Tsipras também reiterou que o 'não' no referendo do próximo domingo "não é um 'não' à Europa", mas "à chantagem" para aceitar um acordo que não contenha uma solução sustentada para a dívida da Grécia.
O responsável grego fez estas declarações numa mensagem transmitida por um canal de televisão, na reta final da breve campanha para a consulta popular de domingo.
"Que todo o mundo o entenda: o que está em jogo não é a saída da Grécia da zona euro, mas se sob chantagem estávamos dispostos a aceitar o acordo insustentável que nos ofereceram", afirmou o primeiro-ministro grego.
Neste contexto, Tsipras aludiu ao relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicado na quinta-feira, que considerou que ra única solução para a Grécia é um corte da dívida.
"Só que isto os credores nunca nos disseram (nas negociações)", acrescentou.
Alexis Tsipras instou o povo grego a votar com calma e a respeitar a opinião contrária durante o processo de referendo.
"Na segunda-feira estaremos todos unidos. O 'não' ao referendo não é 'não' à Europa. Chamo-vos a decidir 'não' aos ultimatos e chantagens, mas também a dizer 'não' à divisão", repetiu.
"Votemos com calma e com argumentos, e não com censuras", acrescentou.
Esta noite está prevista uma outra intervenção de Tsipras no ato da campanha organizado pelo seu partido, o Syriza, na praça Syntagma, a favor do 'não', que irá coincidir com outro em defesa do 'sim', convocado por uma plataforma de partidos, empresas, sindicatos e municípios que decorrerá no antigo estádio olímpico.
As últimas sondagens dão uma margem estreita da vitória do 'sim' frente ao 'não' e uma percentagem dos indecisos a rondar os 11,8%.