O secretário-geral da UGT, João Proença, congratulou-se esta segunda-feira com a abertura manifestada pelos representantes da 'troika' perante as dificuldades que o país enfrenta, nomeadamente, quanto ao eventual alargamento do prazo de cumprimento do programa de ajuda financeira a Portugal.
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"Nesta reunião senti compreensão perante as dificuldades que o país atravessa, nomeadamente, perante esta situação insustentável de desemprego que afeta o país", afirmou João Proença em conferência de imprensa após um encontro com os representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão Europeia (CE) que se encontram em Lisboa desde 15 de fevereiro.
Relativamente ao "alargamento do prazo" para que Portugal possa cumprir as metas, na sequência do empréstimo de 78 mil milhões de euros acordado com a 'troika', face "a um país e a um 'memorando' que apostaram nas exportações, a situação poderá estar altamente condicionada pelo comportamento ao nível da Europa e se a Europa não importar mais, Portugal tem de ter abertura para alargar o prazo de pagamento", defendeu o sindicalista.
Outra matéria abordada nesta reunião de cerca de uma hora, que decorreu na sede da UGT, foi o 'Compromisso para o Crescimento, a Competitividade e o Emprego' que se traduziu na assinatura de um acordo tripartido entre o Governo, as confederações patronais e a central sindical.
"Todos sabemos que o acordo tripartido é um acordo que, em matérias importantes, nomeadamente, ao nível da negociação coletiva e dos despedimentos, não vai cem por centro ao encontro do memorando da 'troika', mas foi feito um grande elogio à capacidade de entendimento entre as partes e à forma como esse acordo poderá melhorar a situação do país", acrescentou o dirigente sindical.
Os técnicos liderados por Poul Thomsen (FMI), Jürgen Kröger (CE) e Rasmus Rüffer (BCE) deverão permanecer em território nacional, a avaliar as metas do programa português, durante cerca de duas semanas, para decidir se recomendam ou não o desembolso da quarta tranche do empréstimo a Portugal.
Portugal recebeu até ao mês passado quase 40 mil milhões de euros do empréstimo do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia, mais de metade do valor total acordado com as instituições em maio do ano passado.
A 'troika' irá analisar de perto as reformas estruturais, a reestruturação do Setor Empresarial do Estado, as dívidas por pagar há mais de 90 dias e o panorama macroeconómico, entre muitos outros aspetos.