O secretário geral da UGT defendeu hoje, quarta-feira, que a Europa não pode "continuar a ignorar" o combate ao desemprego e afirmou que o menor número de inscritos nos centros de desemprego demonstra algum dinamismo económico, sem excluir efeitos da sazonalidade.
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João Proença afirmou que "a Europa tem de tomar medidas de combate aos capitais especulativos e aos paraísos fiscais", entre outras, e medidas "para o crescimento económico e combate ao desemprego"
"É fundamental um pacto para o emprego com a dimensão económica e social dinamizada," considerou.
O líder da UGT falava à saída de um encontro entre os parceiros sociais e o primeiro ministro, para preparar o próximo conselho da Europa.
"O défice na Europa está a transformar-se numa obsessão e não pode ser o objectivo central da Europa", disse o secretário geral da UGT, que defendeu ainda que os planos europeus não se devem centrar apenas no mercado de trabalho mas também "no ataque aos problemas de falta de competitividade".
"Não pode ser a segurança social a pagar as despesas de combate à crise, não há neste momento condições para transferir mais dinheiro do Orçamento do Estado para a Segurança Social, e não devem ser os trabalhadores a suportar os custos da crise", frisou João Proença.
Quanto à descida no número de inscritos nos centros de desemprego, que o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) hoje divulgou, Proença admitiu que os dados "mostram algum dinamismo" da economia e do mercado de trabalho.
O secretário geral da UGT afirmou, no entanto, que os números demonstram ainda uma "diminuição da procura de emprego, de trabalhadores que desistiram e que já não constam das estatísticas".
"A descida é positiva e mostra algum indício de crescimento económico", afirmou, mas acrescentou que "todos os anos o desemprego desce nesta altura por efeito sazonal e aumenta a partir de Setembro".
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal desceu 1,8 por cento em maio face ao mês anterior, para 560.751, e aumentou 14,6 por cento face a maio do ano passado, segundo o IEFP.
Comentando a proposta do PSD para a revisão do código laboral, divulgada na terça feira, João Proença classificou-a como "péssima".
Proença afirmou, no entanto, que a UGT ainda se vai inteirar melhor da posição social democrata, antes de "discutir melhor a proposta com o PSD".