Se tem pavor a agulhas e treme cada vez que tem de tirar sangue, a informação que se segue é para si. Imagine que uma simples gota de sangue sua é o bastante para realizar entre 100 a 150 análises médicas, evitando idas ao laboratório e estados de ansiedade pouco saudáveis. Não, isto ainda não é possível, mas daqui a 10 anos será a realidade. Um futuro que já está a ser criado pela Unilabs, uma das empresas de sucesso convidadas da conferência "O Norte faz bem".
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Esta multinacional de prestação de serviços auxiliares do diagnóstico médico nasceu em 1987 na Suíça e em 2005 chegou a Portugal, mais concretamente ao Porto. "Tivemos a possibilidade de adquirir um dos melhores laboratórios do país e da Europa e foi a oportunidade certa", revela Luís Menezes, diretor-geral da Unilabs Portugal.
A aquisição da Medicina Laboratorial Carlos Torres foi a primeira de muitas nos anos que se seguiram. Nove laboratórios e uma unidade de cardiologia foram agregados à Unilabs em sete anos. A expansão em marcha elevou-os à categoria de líderes no Norte litoral do país. Hoje contam com 180 locais de atendimento e são um dos três maiores prestadores de serviços laboratoriais de Portugal.
Oportunidades para migrar para Lisboa ou Coimbra não faltaram, mas Luís Menezes preferiu "consolidar a posição de liderança" no Norte.
O laboratório do Campo Alegre, no Porto, no qual investiram 5 milhões de euros, é o centro das operações da Unilabs. É para essa plataforma que todas as amostras recolhidas entre Monção e Ovar são enviadas. "O setor das análises caminha claramente para a industrialização, porque as plataformas tecnológicas permitem uma produção a maior escala", explica Luís Menezes.
O sucesso da Unilabs a nível nacional é um espelho da realidade da empresa na Europa. Com mais de 200 parcerias estabelecidas em 11 países assume-se como a companhia de serviços complementares de diagnóstico com o maior portfolio europeu.
Análises clínicas no telemóvel
Em Portugal, hospitais públicos e privados estão entre os principais clientes. "A palavra-chave para uma empresa como a nossa é flexibilidade", aponta o empresário. "Temos que saber trabalhar em qualquer ambiente", reforça. Um ambiente que pode ser físico ou digital. Neste momento, a Unilabs está já a preparar plataformas tecnológicas que permitam enviar os resultados de análises clínicas ou indicações de tratamentos para o telemóvel do paciente. Dão, ainda, os primeiros passos no desenvolvimento de soluções para smartphones que possibilitem, por exemplo, a um doente diabético monitorizar o seu estado de saúde, sem ter que se deslocar ao laboratório. "O futuro passa por mais tratamento em casa".
Nos últimos 7 anos, a Unilabs investiu 50 milhões de euros em aquisições e I&D em Portugal. Agora, dirigem as atenções para a investigação em novas áreas de diagnóstico clínico, como a genética e para a exportação de serviços, algo que à partida pode parecer inusitado, mas países como a França ou a Espanha têm já laboratórios a realizar análises de pacientes de toda a Europa.
A Unilabs Portugal vai criar uma plataforma de Análises Especiais para servir todo o grupo. Quer ainda afirmar-se como um polo exportador na área da anatomia patológica. "A Região Norte e a cidade do Porto em particular são um grande centro de saber na área da anatomia patológica e queremos aproveitar esse know-how local para fazer uma aposta mais global a nível europeu", explica o diretor-geral.
"Do Porto para a Europa". É esta a estratégia do grupo sete anos depois de ter chegado ao país. Luís Menezes diz não "querer tudo para amanhã", mas hoje a Unilabs é já um caso de referência da capacidade empreendedora do Norte.