A comissão de utentes das autoestradas A23, A24 e A25 avisou, esta quinta-feira, o Governo que a luta contra as portagens "não é apenas uma partida mas sim um campeonato" e o próximo jogo pode ter lugar nos tribunais.
Corpo do artigo
Francisco Almeida, da comissão de utentes, lançou este aviso em conferência de imprensa que teve lugar numa área de serviço da A25 (Aveiro-Vilar Formoso) para marcar o primeiro dia de cobrança de portagens que, "em grande parte dos seus troços, tem portagens mais caras que as restantes autoestradas nacionais".
O recurso aos tribunais não é, no entanto, sinalizou Francisco Almeida, uma medida que vá "limitar a luta e a resistência", porque vai ser apenas um complemento a novas marchas lentas e buzinões na cidade de Viseu, bem como determinar um dia no mês para que as empresas e as pessoas circulem nas estradas nacionais (EN) 16 (Aveiro- Vilar Formoso e 2 (Chaves - Viseu), para reafirmar a sua "impraticabilidade" por camiões.
Ainda quanto ao recurso aos tribunais, Francisco Almeida advertiu que a comissão de utentes vai procurar sensibilizar as pessoas particulares e as empresas para que também, por iniciativa própria, avancem igualmente pela via judicial como complemento "a este combate e à resistência".
Nesta conferência de imprensa, a comissão de utentes, pela boca do seu porta-voz, reafirmou alguns dos alertas que tem vindo a fazer nos últimos meses, nomeadamente sobre a ausência de alternativas às autoestradas em questão, com forte impacto na economia das regiões que atravessam, as empresas e as pessoas que nelas trabalham e vive.
"É um crime cometido com agravantes porque é o que é a introdução de portagens em autoestradas sem alternativa em regiões onde o poder de compra é metade, ou mesmo abaixo, da média nacional", disse, acrescentando que alguns dos troços, por exemplo, da A25, "têm custos que chegam a ser 60 por cento superiores aos da A1 (Lisboa-Porto) ou da A5 (Lisboa-Cascais).
A comissão de utentes deixou claro que a activação dos pórticos "não é o fim do caminho" porque "os protestos são para continuar".
No apoio à luta contra as portagens, a comissão de utentes contou com a presença nesta conferência de imprensa das três maiores empresas de transportes da região, incluindo a Patinter, que, com os seus 1200 camiões, é a maior do país, bem como algumas de menor dimensão e ligadas a outras áreas de negócios.