Os utentes da CP - Comboios de Portugal deverão ter esta tarde algumas dificuldades no regresso a casa, devido às greves convocadas para hoje pelos sindicatos da Refer, embora estejam a ser cumpridos os serviços mínimos.
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Bruno Martins, da CP, disse à Lusa que, desde até às 16 horas, "os serviços mínimos foram cumpridos integralmente", o que significa que há 75% de supressões, ou seja, dos 886 comboios programados para todo o país circularam 215 no âmbito dos serviços mínimos e mais dez fora desse regime.
Por parte dos sindicatos, José Manuel Oliveira, da Fectrans, explicou à Lusa que "há uma adesão muito grande dos trabalhadores da Refer" à greve, o que está a provocar "uma forte redução da circulação [nos comboios] da CP", destacando que "a situação é praticamente idêntica à de ontem", quarta-feira.
Interrogados sobre se se prevê que a circulação dos comboios registe algumas perturbações na manhã de sexta-feira, a CP preferiu não fazer antecipações e José Manuel Oliveira, da Fectrans, disse que não espera que haja grandes perturbações "porque os turnos [de pessoal] mudam à meia-noite", pelo que é de esperar que esteja "tudo normal na hora de ponta" de sexta-feira de manhã.
No entanto, a Refer explicou que, "supostamente, amanhã [sexta-feira] já não haveria impacto", mas não é garantido que assim seja porque para que um comboio que tenha saída marcada a partir da Guarda na sexta-feira de manhã possa efetivamente realizar-se poderá ter de sair hoje, por exemplo, de Lisboa, pelo que não é possível assegurar que a circulação de comboios vai estar completamente reposta.
Todos os serviços da CP estão sofrer supressões, na sequência das greves da Refer convocadas para hoje, depois de, na quarta-feira, terem sido os trabalhadores da CP e da CP Carga a convocar greves.
O Tribunal Arbitral decretou a realização de serviços mínimos que correspondem a cerca de 25% da circulação prevista para os dois dias.
Os protestos estão integrados na semana de luta dos trabalhadores dos transportes promovida pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), que se prolonga até sábado, estando prevista a realização de vários plenários e paralisações em várias empresas públicas e privadas.
A Fectrans agendou a semana de luta para evidenciar os problemas com que os trabalhadores se confrontam em cada empresa, considerando que "quase todos resultam das políticas que o Governo desenvolve com vista a aumentar a exploração de quem trabalha", explica o coordenador José Manuel Oliveira.
"É uma semana de luta em defesa da negociação coletiva, pelo aumento dos salários, pelo cumprimento dos acordos de empresa e contratos coletivos, contra a redução do pagamento do trabalho extraordinário, contra a retirada de direitos, pela defesa do serviço público e contra as privatizações", elenca o comunicado da estrutura sindical.
A semana de luta termina no sábado com uma manifestação nacional, com concentração no Largo Camões, às 14.30 horas, até à Assembleia da República.