A venda da participação da brasileira Vivo à Telefónica e a compra de 22 % da Oi por parte da PT deixou todas as partes envolvidas satisfeitas, desde os governos dos dois países até às empresas e acionistas.
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A operação, aprovada "por unanimidade" pelos membros do conselho de administração da PT, foi "uma solução boa para todas as partes", como destacou na conferência de imprensa o presidente executivo, Zeinal Bava, que apontou que a 'golden share' estatal deu "tempo" à PT para negociar o melhor para a empresa.
Para o primeiro ministro, José Sócrates, este foi um "excelente acordo para os acionistas e, principalmente, um excelente acordo do interesse estratégico de Portugal".
Também a Comissão Europeia se manifestou hoje "satisfeita" por o "negócio Vivo ter ido para a frente", depois de, numa primeira fase, o governo português ter inviabilizado a operação.
Satisfeitos não terão ficado os opositores de José Sócrates, com o PSD a acusar o Governo de ter "mudado de posição" quanto ao uso da 'golden share' na compra da parte da PT na Vivo pela Telefónica, considerando que o negócio hoje firmado é idêntico ao que o executivo vetou.
O BE considerou que a 'golden share' permitiu "acautelar o interesse público" no negócio com a Telefónica, mas acusando o Executivo de ser "contraditório" ao tencionar privatizar "setores estratégicos".
Também o PCP acusou o Governo de ter vendido os interesses estratégicos do país por 350 milhões ao permitir que a Portugal Telecom (PT) vendesse a sua posição na operadora brasileira Vivo à espanhola Telefónica, considerando exigindo que, "feito o negócio", o Governo imponha que a receita obtida pela PT seja "dirigida para o investimento nacional e, fundamentalmente, para amortização da dívida contraída com a aquisição da Vivo".
Já a deputada do CDS-PP Assunção Cristas escusou-se a comentar o acordo, sublinhando tratar-se de "negociações entre empresas privadas".