Negócios com o exterior caíram 5,7%, em abril, sobretudo por causa de Espanha e devido ao recuo de 33% nos combustíveis.
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As exportações portuguesas sofreram um recuo de 5,7%, em abril, em termos homólogos, contabilizou o Instituto Nacional de Estatística (INE). A quebra na venda de combustíveis é a grande responsável e Espanha foi o país que mais caiu neste indicador. O cenário só não foi pior porque as exportações para os Estados Unidos cresceram devido ao receio de tarifas futuras.
Um mês depois de Donald Trump ter imposto tarifas que abrangem as exportações portuguesas de aço, as vendas para aquele país cresceram 2,4%, revelou o INE. O crescimento do mercado norte-americano nas exportações portuguesas deverá resultar do receio da aplicação de novas tarifas, já ameaçada por Donald Trump.
Segundo o INE, “a imposição de tarifas aduaneiras às transações provenientes da União Europeia tem trazido novos desafios aos estados-membros”. Caso o aumento das exportações seja resultado de compras antecipadas com receio das tarifas, pode acontecer um recuo das exportações para aquele país nos próximos meses.
Para já, foi o aumento das exportações para os Estados Unidos que amorteceu a queda nas vendas portuguesas para o exterior. Segundo o INE, o recuo de 33% nas exportações de combustíveis e lubrificantes, em abril, em comparação com abril do ano passado, foi o que mais empurrou as vendas portuguesas para baixo. Sem estes bens, acrescenta o INE, a quebra nas exportações teria sido de 3% e não de 5,7%, como verificado nos dados globais.
Combustíveis baixam
A diminuição das exportações de combustíveis e lubrificantes deve-se ao chamado “efeito base”, que é quando o ano anterior foi anormalmente inflacionado e agora dá-se a queda comparativa, mas também se deve à diminuição do preço destes produtos, que foi de 13%.
Ainda em abril, o destaque é a diminuição das exportações para a Espanha (-3,1%), sobretudo em fornecimentos industriais (-8,7%). Destaca-se ainda a quebra para os Países Baixos (-15,6%), em particular nos combustíveis e lubrificantes (-65,8%) e fornecimentos industriais (-22,2%).