A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo criticou hoje, domingo, o ministro da Economia e anunciou a abertura de um processo disciplinar à agência espanhola.<br />
Corpo do artigo
A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) criticou, em comunicado, o "envolvimento público" do ministro da Economia, José Vieira da Silva, no processo, a quem imputa ser "porta-voz da Marsans".
"A APAVT vê com apreensão o envolvimento público do próprio Sr. Ministro da Economia em todo este processo, que, e perdoe-se a expressão, tem vindo a ser quase como um porta-voz da Marsans, ao informar que nos dias x e y os clientes poderão viajar, mas que não se sabe se nos dias w ou z o poderão fazer", lê-se no documento, a que a Lusa teve acesso.
A APAVT anuncia também a abertura de um processo disciplinar contra a Marsans, "que poderá resultar na própria expulsão da associação".
"Não pode toda uma classe ter a sua imagem, duramente criada ao longo de anos, prejudicada por um associado que 'inventou' uma actuação nunca vista antes", lê-se no comunicado.
A APVT justificou ainda a emissão do comunicado com a "dimensão do problema", a "permanente publicidade ao mesmo" e as intervenções públicas, faladas e escritas do ministro da Economia, do Turismo de Portugal, de organismos, públicos e privados de defesa do consumidor.
A APAVT "reitera, e reforça, a crítica que fez à Agência Marsans, considerando a sua actuação a todos os títulos reprovável, configurando intenções que deverão ser claramente explicadas" e classifica de "capciosa" a forma a Marsans "desenvolveu a sua actuação, "prejudicando directamente" os consumidores, os operadores e o sector.
A Marsans, prossegue a APAVT no comunicado, "fez tábua rasa daquela que é, eticamente, uma das principais regras da nossa actividade: o respeito pelo consumidor".
A APAVT conclui considerando existir "um aproveitamento descarado da Marsans das boas e ingénuas vontades das instituições em ajudar aqueles que foram, de uma forma vil, prejudicados".