
Postos só podem armazenar um máximo de 20 garrafas que desaparecem depressa
Pedro Correia/Arquivo Global Imagens
Governo pretende voltar a regular preço das garrafas e prepara apoio extraordinário para a conta da luz.
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O gás engarrafado esgotou em vários pontos de venda, no fim de semana, devido ao acréscimo de procura causado pelo frio. As empresas produtoras e distribuidoras asseguram que não há falta de gás. Com as baixas temperaturas a impulsionar recordes nos consumos de eletricidade, o Governo prepara um apoio extraordinário para as famílias pagarem a conta da luz. E também vai tornar a fixar preços no gás de botija. Ambas as medidas deverão integrar o próximo decreto do estado de emergência, amanhã.
A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) assegurou ao JN que "nenhum associado fez chegar à ANAREC informação de falhas de abastecimento", pelo que as situações de fim de stock reportadas, designadamente, na região do Grande Porto, terão sido "pontuais" devido a "uma maior procura das garrafas de gás".
"Apesar do pico anormal de procura, devido à presente vaga de frio, a Galp mantém o habitual abastecimento e reposição do mercado, podendo existir situações pontuais em que a disponibilidade de produto em ponto de venda está limitada por imposição legal por razões de segurança", explicou fonte da petrolífera nacional. A limitação legal de stock nos pontos de venda é de 20 garrafas.
stock limitado
A Repsol reforçou que "a procura está em linha com o que aconteceu em anos anteriores", mesmo com abastecimento normal da rede de distribuidores. E também frisa que só "em situações muito pontuais poderão existir alguns constrangimentos em pontos de venda específicos, sobretudo motivados pelas limitações legais". A empresa ainda acrescenta que "a cadeia logística foi reforçada". Quem não encontrou botijas nos postos de combustível durante o fim de semana recorreu, em muitos casos, às entregas em casa. Júlio Monteiro, da Tutigás, disse, ao JN, que "não há falta de gás, mas a procura aumentou de repente", por isso não tem tido "mãos a medir com entregas desde o final da semana passada".
Ajuda às famílias
A elevada procura deve-se às temperaturas árticas, que também fizeram disparar o consumo de eletricidade. O Governo fixou o preço máximo do gás de botija, em abril, durante o Estado de Emergência, situação que se prepara para repetir amanhã.
"O Governo pretende recuperar o regime de preços máximos no GPL engarrafado, estabelecido pelo Despacho n.º 4698-A/2020, de 17 de abril", revelou ao JN fonte do Ministério do Ambiente. Além disso, garantiu, "o Governo está a preparar um regime de apoio extraordinário para as famílias portuguesas que visa mitigar os efeitos do acréscimo de consumo de energia elétrica motivado pela descida acentuada das temperaturas".
TARIFA SOCIAL MAIS RÁPIDA PARA CLIENTES VULBERÁVEIS
A identificação e validação automática da atribuição de tarifa social de gás natural vai ser mais frequente e melhorada para beneficiários de abono de família processado fora do sistema de informação da Segurança Social (SS). A listagem de clientes economicamente vulneráveis era, até aqui, validada anualmente pela Direção-Geral de Energia, que recebia os comprovativos da situação dos clientes de várias entidades. Agora, será o cliente a entregar a declaração ao comercializador, para início do apoio, que será válido durante um ano, até à validação seguinte. Antes disto, os potenciais beneficiários de abono fora da SS integravam uma lista enviada aos comercializadores e o processo passava por mais duas entidades antes de ser validado. As alterações entrarão em vigor a 1 de fevereiro.
