Os retroativos do aumento salarial adicional de 1% na função pública, que serão pagos em maio, não vão ter retenção na fonte de IRS, disse o secretário-geral da Frente Sindical da Administração Pública (Fesap), José Abraão.
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O dirigente sindical falava aos jornalistas à saída de uma reunião negocial suplementar, realizada a pedido dos sindicatos, com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, na Presidência do Conselho de Ministros (PCM), em Lisboa.
"Foi-nos dito e está no projeto de diploma que, de janeiro a abril, não vai haver retenção na fonte" relativamente aos retroativos que serão pagos em maio do aumento salarial adicional de 1%, avançou José Abraão.
Segundo o sindicalista, o Governo garantiu que, em maio, já serão então aplicadas as tabelas de retenção na fonte de IRS ajustadas ao aumento salarial de 1%.
Estas tabelas corrigidas para acomodar o aumento adicional da função pública vão vigorar "por dois meses [em maio e junho]" e, em julho, entrará em vigor o novo modelo de tabelas de IRS, indicou.
José Abraão disse esperar que esta mudança não se traduza numa redução do salário líquido dos trabalhadores.
"Vamos aguardar na conjugação destas tabelas, que vão durar dois meses, com aquilo que é o modelo que vem a seguir, para confirmar se isto, de facto, acaba por se traduzir num aumento salarial e que não vá para a inflação nem para os impostos", sublinhou José Abraão.
Por sua vez, a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, lamentou que o Governo não tenha acolhido a proposta de aumentar para 1,5% o aumento adicional salarial, mas valorizou a questão fiscal.
"Sobre a proposta de não haver retenção na fonte [sobre os retroativos], é certo que no final do ano farão o encontro, mas continua a haver a preocupação de dar maior liquidez na remuneração dos trabalhadores, é um pequeno sinal, mas valorizamos", afirmou Helena Rodrigues.
As negociações salariais relativas ao aumento adicional de 1% e da subida do subsídio de alimentação de 5,20 para seis euros terminam esta quarta-feira, após as reuniões suplementares entre Governo e sindicatos.
A ronda suplementar com o Governo realizou-se a pedido dos sindicatos, após duas rondas negociais sobre salários.
O aumento salarial adicional de 1% e a subida em 80 cêntimos, para seis euros, do subsídio de alimentação serão pagos em maio, com retroativos a janeiro.
Estas medidas somam-se à atualização salarial já aplicada em janeiro, de 52,11 euros para salários até cerca de 2600 euros e de 2% para remunerações superiores.