Vários manifestantes invadiram a linha de comboio em Santa Apolónia, este sábado de manhã. Protesto causou atraso na partida do Intercidades para Braga.
Em causa está um protesto dos trabalhadores dos bares dos comboios, que reclamam o pagamento de salários em atraso. Segundo a PSP, foram entre 20 a 30 os manifestantes que interromperam a saída de carruagens de Santa Apolónia.
"O comboio das 9.30 horas em Santa Apolónia está parado. Os trabalhadores dos bares dos comboios continuam sem salário há mês e meio. A CP continua a não resolver a situação, o governo nada diz. Aqui estamos, em solidariedade com estas 130 pessoas sem salário", escreveu a deputada do BE Isabel Pires, na rede social Twitter.
O comboio das 9h30 em Santa Apolónia está parado. Os trabalhadores dos bares dos comboios continuam sem salário há mês e meio. A CP continua a não ser resolver a situação, o governo nada diz. Aqui estamos, em solidariedade com estas 130 pessoas sem salário. pic.twitter.com/EiDkeenzHK
O JN contactou a CP para mais esclarecimentos, nomeadamente, se outras ligações foram afetadas por este protesto, e aguarda resposta.
De acordo com fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis), os trabalhadores estiveram na linha entre as 10 horas e as 11.50 horas.
A PSP interveio como mediadora, explicando aos manifestantes as condições em que podem exercer o direito à manifestação, e desmobilizou o protesto sem incidentes a registar. "Houve uma interrupção momentânea na saída dos comboios", referiu fonte do Cometlis à agência Lusa.
Situação "delicada"
Na sexta-feira, a CP anunciou que iniciou os procedimentos legais para lançar um novo concurso para o serviço de bares nos comboios de longo curso, depois de avançar com a resolução do contrato com a Apeadeiro 2020.
"A CP sempre cumpriu com as suas obrigações, pagando à empresa concessionária Apeadeiro 2020 os valores acordados e de forma atempada", garantiu em comunicado, destacando que, apesar disso, "o serviço prestado pela concessionária tem vindo a degradar-se, ao longo dos últimos meses, com o registo de falta de produtos, alimentos e bebidas".
A CP reconheceu ainda que a situação dos trabalhadores da Apeadeiro 2020 "é delicada, especialmente no que diz respeito aos salários em atraso" mas, depois de várias reuniões, "a empresa concessionária não apresentou qualquer solução credível para a prestação do serviço contratualizado com a CP e para a regularização dos salários em atraso aos seus trabalhadores".