Depois da interrupção pandémica, arranca esta quinta-feira o JN North Festival. Até sábado, esperam-se 40 mil pessoas.
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A pandemia ainda não passou, mas Jorge Veloso, diretor do JN North Festival, nem quer ouvir falar disso, agora que o evento "é uma certeza", depois de dois anos em suspense à conta do vírus que veio sem pré-aviso e afastou a música dos palcos. "Vai mesmo acontecer?", foi a pergunta que muitos fornecedores fizeram ao diretor de produção Rui Rodrigues na altura de avançar, mais uma vez, com esta edição, antes três vezes adiada. A resposta foi afirmativa, cumprindo-se de hoje até sábado na Alfândega do Porto e com o rio Douro a apadrinhar o regresso dos grandes festivais a Portugal.
Os 30 anos dos Ornatos Violeta são o grande destaque na ótica de Jorge Veloso, cumprindo o objetivo inicial do projeto, ou seja, abranger uma faixa alargada de público, até porque, como sublinha o responsável, a banda de Manel Cruz "continua a conquistar fãs". No terreno, os trabalhos de preparação começaram há mais de uma semana, envolvendo cerca de 700 profissionais, para hoje estar tudo a postos para a diversão e nada falhar até ao desligar das luzes no último dia, na madrugada de domingo.
Viga por viga, lona por lona, o palco principal ergueu-se com imponência em parte do parque de estacionamento cedido pela Câmara Municipal do Porto, alargando assim a área para lá dos limites da Alfândega. Com os camarotes VIP à esquerda e a vista para as caves do vinho do Porto em Vila Nova de Gaia à direita, exibir-se-á hoje pronto para receber os artistas do cartaz. Ao mesmo tempo que barcos rabelos se juntam à festa sobre as águas do Douro, com a atuação de DJ. Há ainda o Palco Sunset, talks promovidas pelo JN e o Espaço Clubbing, com DJ nacionais e internacionais em ação. Uma zona de restauração, com ementas entre o tradicional e opções mais contemporâneas, confortará o estômago, durante ou depois dos espetáculos.
"Quase dos oito aos 80"
"A nível psicológico, estar aqui é espetacular, pois já não há nenhuma dúvida que o festival vai andar". Assim resume Rui Rodrigues o estado de espírito de, três anos depois, realizar o North Festival. O diretor de produção notou "alguma ferrugem nas engrenagens", fruto da paragem imposta pela covid, mas também que "as pessoas ficaram muito positivas" com a certeza da realização.
As dinâmicas mudaram com a pandemia e, por isso, "os bilhetes também não se vendem com tanta antecedência". "Mas acreditamos no máximo", garante Rui. Jorge Veloso prevê a presença de "40 mil pessoas" ao longo dos três dias, distribuídas consonante os gostos e estilos em foco: "Quase que vamos dos oito aos 80. No primeiro dia, dedicado ao rock, esperamos um público entre os 20 e os 50 anos. No segundo, acho que vamos ter dos 16 aos 45 anos, com hip-hop - mais dançável - e Don Diablo, que é o DJ número 7 do Mundo. E no último dia, com os Waterboys, penso que vai bater nos 65/70 anos. É um "remember" e tenho a certeza que vai esgotar".
Num festival de cariz urbano, o responsável quer que "cada um se sinta à vontade". Por isso, sem exageros, apela "sobretudo à responsabilidade individual" nos tempos em que vivemos.