A indústria portuguesa do surf já deverá contribuir com 500 milhões para a economia portuguesa. Quem o diz é Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas, que revelou este valor durante a talk "O surf e a economia do mar", que decorreu esta sexta-feira no recinto do JN North Festival.
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"Em 2012, numa reunião com o secretário de Estado do Mar, fomos desafiados a fazer o dimensionamento do valor económico do surf em Portugal. Na altura, chegamos a 300 milhões de euros por ano de contributo económico. Já se fala nos 400. É esta a ordem de grandeza", disse Francisco Rodrigues, acrescentando que "em dez anos já cresceu bastante" e que deverá andar atualmente "nos 500 milhões".
Apesar de estes cálculos terem sido feitos "num lógica interna", Francisco Rodrigues afirmou que "há interesse" em fazer essa contabilidade nos próximos tempos. No entanto, como explicou, será necessário envolver os vários parceiros como as universidades ou as empresas.
Para o dirigente da Associação Nacional de Surfistas, o surf é algo que já é transversal nas famílias portuguesas. "Toda a gente direta ou indiretamente tem um surfista na família. Estamos a falar de pessoas de todas as faixas da sociedade. É normal nos centros de decisão hoje em dia haver surfistas", afirmou, para depois concretizar "que, passados estes anos, todos estamos a acompanhar aquilo que é o natural desenvolvimento das principais nações de surf no mundo, onde Portugal está incluído".
Vendas cresceram na pandemia
E, contra todas as expectativas, até o surf sofreu positivamente com a pandemia de covid-19. "As vendas de material técnico subiram 40%. Isto é o melhor indicador da quantidade de pessoas que foram para dentro de água", adiantou Francisco Rodrigues, recordando que o surf tem benefícios para a saúde mental e pode ser assumido como exercício físico. Por isso, criticou, "nunca se compreendeu como alguns autarcas insistiram que não se devia fazer surf".
Este sábado, o JN continua a dirigir o seu olhar para o mar com outra talk. Desta vez com Vítor Vasconcelos, administrador do CIIMAR (Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental), que será o o nosso anfitrião para uma conversa sobre o tema "Investigação marinha, o futuro do planeta e o potencial da biotecnologia azul".