Há cada vez mais empresas cientes da importância de abraçarem um papel ativo na construção de um mundo melhor pela via da responsabilidade social.
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Empreendedorismo é um conceito em voga e, normalmente, associado ao ramo dos negócios e ao seu cariz arrojado e gerador de riqueza, sobretudo do ponto de vista empresarial. Porém, ele pode funcionar em paralelo enquanto ferramenta social, assumindo uma interferência positiva na vida das comunidades. A conjugação entre empreendedorismo e inovação social foi o assunto da última "Conversas por Boas Causas", uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) em parceria com a TSF e o Jornal de Notícias.
Segundo Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto da SCML, "o empreendedorismo pode ser um instrumento para se atingir uma sociedade mais sustentável e inclusiva". Ou seja, segundo a diretora da Santa Casa, os empresários não devem descurar uma vertente associada ao bem comum nas suas práticas. Até porque, conforme a própria acrescenta, "a pressão que existe em gerações como a dos millennials e da geração Z já se sente e faz com que as empresas percebam que se não olharem a questões sociais e ambientais, não vão ter lugar para existir". Também Gil Azevedo, diretor-executivo da Startup de Lisboa, considera que o âmbito empreendedor deve "dar resposta aos problemas da sociedade", notando ao mesmo tempo que "esses problemas foram evoluindo e são, hoje, diferentes dos de há 30 anos". De resto, o responsável contou que "se têm observado, crescentemente, projetos na área das startups com impacto na área da sustentabilidade e que acabam por contribuir para um mundo melhor".
Para o futuro, tanto Gil Azevedo como Inês Sequeira reiteraram a ideia de que o desafio está, de forma obrigatória, em encontrar o equilíbrio entre os lucros e a ação comunitária.
"Quando os negócios têm uma finalidade económica, são precisos resultados que permitam um crescimento que se traduza em termos sociais", afirmou o diretor-executivo. "O paradigma de capitalismo tem de ser alterado para ser mais ético, as partes sociais e ambientais têm de estar presentes", comentou a responsável da SCML.
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