Campo da neurociência tem sido dos que mais progrediram graças às inovações digitais à disposição de clínicos e investigadores.
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Os efeitos das novas tecnologias encontram-se patentes, de um modo transversal, na sociedade. No âmbito da saúde e da investigação científica, particularmente na neurociência, a via tecnológica vem significando progresso em diversos aspetos - com o que tal representa de benéfico em termos do aumento da esperança média de vida e do bem-estar geral. A estreita relação da medicina e da tecnologia marcou a reflexão do último "Conversas por Boas Causas", um programa organizado pelo "Jornal de Notícias", TSF e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).
"A tecnologia dá acesso a tratamentos novos e eficazes a mais pessoas", começa por comentar Joe Paton, diretor de Neurociências da Fundação Champalimaud. Uma prova disto está no trabalho que este e outros cientistas têm vindo a desenvolver centrado nas "terapêuticas digitais" e que, neste caso, se definem por "intervenções onde são utilizadas tecnologias que podem guiar à reabilitação do cérebro humano no caso, por exemplo, de um acidente".
Mais em concreto, foi já lançado um tratamento eficiente e lúdico para vítimas de AVC que, segundo explica Paton, "consiste num jogo onde a pessoa tem de controlar um avatar com os movimentos dos próprios braços". Ou seja, "é algo divertido e isso torna mais provável que um paciente sinta maior motivação para seguir a terapia", defendeu o responsável da fundação.
Também Jorge Jacinto, diretor do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão da Santa Casa, reconhece que "a tecnologia tem vindo a ser uma parceira de grande importância para clínicos e investigadores". A este respeito, Jorge Jacinto faz questão de destacar "as áreas da robótica e da realidade virtual" que, assegura, "têm contribuído cada vez mais para uma otimização de resultados" no campo da neurorreabilitação. De tal forma que, conforme conta o diretor deste centro, é hoje possível avaliar mais rapidamente a reação dos doentes ao tratamento, conseguindo-se assim "monitorizar e ajustar os programas" às necessidades de cada um.v
Maior tempo de vida Especialistas acreditam que as inovações tecnológicas permitiram já aumentar a esperança média de vida em mais de 20 anos.
Investimento
Em 2021, Portugal investiu 3565 milhões de euros em ciência. Um valor histórico, mas ainda abaixo da média europeia.
EUA na vanguarda
Segundo um ranking da revista "Newsweek", os EUA são o país que possui os melhores hospitais no Mundo, com 15 em destaque.
Centro de Alcoitão
Espaço da Santa Casa conta já com 57 anos de existência e dedica-se à reabilitação de doentes neurológicos.
Futuro promissor
Com novas ferramentas como o Big Data, acredita-se que, no futuro, as idas ao hospital serão menos frequentes e mais rápidas.