A nova galeria Verso, em Campo de Ourique, brinda à arte contemporânea brasileira
A cada mês, uma nova exposição deverá tomar conta das duas salas da Verso, a nova galeria de arte contemporânea emergente, em Campo de Ourique. O casal brasileiro Filipe Campello e Laís Maciel encabeça o projeto assente em residências artísticas, em nome da arte acessível.
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Entusiasmado com a tendência de democratização do acesso à arte contemporânea no Brasil, o casal Filipe Campello e Laís Maciel, da cidade de Recife, em Pernambuco, lançou-se numa prospeção de mercado para um espaço para montar uma galeria, e ela aí está, no bairro de Campo de Ourique desde fevereiro. A Verso, dizem, contribui à sua escala para “redefinir o conceito de galeria”, não como um espaço de passagem, mas de permanência e onde as pessoas se sintam acolhidas, podendo até saborear um copo de vinho.
Ainda que a viver há menos de um ano em Vila Franca de Xira, Filipe e Laís já visitavam o país com frequência, tendo ele, professor de filosofia na Universidade Federal de Pernambuco, uma ligação a Portugal através da bisavó de Trás-os-Montes; e Laís feito um semestre do curso de arquitetura em Coimbra. Antes de se fixarem junto ao Tejo, viveram na Noruega, Dinamarca, EUA e Itália. “A minha relação com a arte veio a partir da estética”, explica Filipe, que também faz a curadoria artística da ART.PE, a principal feira de arte contemporânea do nordeste brasileiro.
“Queremos aproveitar o movimento democrático que se vive na arte no Brasil, em diálogo com a cena artística lisboeta e portuguesa”, acrescentam. A Verso é, por isso, uma casa de artistas emergentes, sobretudo do nordeste brasileiro, mas não apenas, como demonstrou a exposição coletiva “Começo, Meio e Começo” que deu o pontapé de saída da programação. As obras, de 13 artistas - três deles mulheres, de Lisboa e do Porto -, serão em breve substituídas por uma coleção assinada a solo pelo artista J. Borges, com 13 xilogravuras, com estreia dia 9 de maio.
Enquanto isso, o casal receberá em sua casa a residência artística de Ziel Karapató e Olinda Tupinambá, cuja arte retrata os povos indígenas do nordeste brasileiro. O objetivo é inaugurar nova mostra em junho, com as obras que ambos criarem, usando a galeria como ateliê. Neste caso, Ziel e Olinda deverão apresentar peças inspiradas na estética dos azulejos portugueses. Visitar a Verso é gratuito, e todas as obras estão à venda. Cada exposição e evento terá uma carta especial de vinhos biológicos, entre rosés, espumantes, branco, laranjas, tintos e sidras.
Verso
Rua Francisco Metrass, 64 (Campo de Ourique)
De terça a sábado, das 15h às 20h.
Entrada gratuita. O consumo de vinho é pago à parte.