Vila do Conde volta a ser invadido por curtas-metragens (e não só). No Porto, há telas que contam histórias de independência africana. E música, muita música ao vivo, de múltiplos idiomas, em Ovar, Batalha e Mealhada.
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A diversidade do cinema contada em curtas
Fundado em 1993, o festival Curtas Vila do Conde chega à 33.ª edição entre 12 a 20 de julho, como sempre marcado pela diversidade, dos clássicos à modernidade, sem se prender a convenções rígidas de duração, orçamento ou produção. A abertura dá-se com “The last days of disco” e encerra com “Love & friendship”, ambos do realizador Will Stillman. O Curtas inclui várias secções competitivas, incluindo a Internacional, Nacional, Experimental, My Generation e Take One! (dedicada a estudantes), Curtinhas (para o público infantil), secção de Vídeos Musicais e o Curtas Pro, focado em projetos em desenvolvimento. Em paralelo, haverá visitas guiadas, cine-concertos, exposições e atividades educativas. Os ingressos para as sessões custam 4 euros, subindo para os 6 euros se musicadas. O programa completo consulta-se em festival.curtas.pt.
Melodias que traçam histórias da lusofonia
Em Ovar, nos dias 11 e 12 de julho, o Parque Urbano transforma-se num verdadeiro palco de diversidade com a Festa - Sons da Lusofonia. O espaço celebra a cultura dos países de língua portuguesa através da música, trazendo nomes como A Garota Não, Cara de Espelho, Cacique’97, Juliana Linhares, Fogo Fogo, Pan African Band, Sétima Legião e Mário Lúcio. Além de concertos, o “Lugar das infâncias”, destinado a famílias, oferece atividades lúdicas e educativas, contos de histórias, oficinas criativas e jogos tradicionais. Também haverá momentos de conversas abertas e de partilhas entre os artistas convidados e o público, através do projeto “Dar à língua”. A entrada é gratuita, podendo encontrar o programa completo em cultura.cm-ovar.pt.
Um mosteiro, uma celebração viva da música popular
O Mosteiro da Batalha acolhe o festival Artes à Vila entre 11 e 13 de julho, centrado na música portuguesa, tanto tradicional como em derivações contemporâneas. Nesta sétima edição arranca-se, dia 11, com jazz pela dupla Desidério Lázaro e Francisco Neves. Sábado 12, a estrela musical é Manel Cruz. A 13, derradeiro dia do evento, entra em ação a música tradicional portuguesa pelas mãos de Raia e José Barros Navegante. Além dos concertos, o Artes à Vila propõe uma mesa redonda (a 11, sobre “Empoderamento da criatividade e Património Mundial: Desafios e oportunidades”), exposição fotográfica (“Retratos de uma aldeia II”, a 12), circo contemporâneo (Daniel Seabra, também a 12), e oficina criativa (“Marcas de canteiro”, no dia 13). Desta vez, o festival está integrado no Clube para a UNESCO, que se associa às comemorações dos 20 anos da Convenção sobre a Diversidade e Expressões Culturais. O evento é gratuito, sendo necessário realizar o registo no site artesavila.pt.
As vozes da resistência passam pela arte
Já se vê a exposição “Nada foi pós” na Cooperativa Árvore, Porto. Assinalando os 50 anos da independência dos PALOP e inspirada na luta pela liberdade dos países africanos, a mostra reúne esculturas da etnia Tshokwe, pinturas e fotografias que mostram cinco décadas de trabalho artístico. Boaventura Nzangela Simão, Domingos Barcas, Edson Chagas, Eugénio Duarte de Lemos, Francisco Van-Dúnen (Van), Malangatana, Mário Tique, Roberto Chichorro, Samate Mulungo e Sansão Cossa são os protagonistas de “Nada foi pós”. Estão previstos debates sobre os processos históricos de independência, projetos atuais das nações africanas, performances que exploram a cultura Makonde e uma sessão de dança na tarde de 2 de agosto com Mondlane. A exposição pode ser vista até 2 de agosto, com entrada livre. Informação em arvorecoop.pt.
No Luso, jazz e vinhos da terra em perfeita sintonia
É no Parque do Lago do Luso, na Mealhada, nos dias 11 e 12 de julho, que se combina música com produção vinícola local, na sexta edição do Meajazz - Jazz, Blues. Este ano, em parceria com a Rota da Bairrada, nascerá um espaço dedicado à promoção e prova de vinhos e espumantes da região, através do Wine Fest. O cartaz inclui atuações de Twanguero, Kiko & The Blues Refugees, Trevor Badajack Steger e Jéssica Pina, além do DJ Rui Rosa. De acordo com a nota de imprensa, o evento procura apresentar “artistas com influências diversas, uns consagrados e outros emergentes, sempre com grande nível performativo”. A entrada é livre. Informações adicionais em facebook.com/meajazz.