No sábado, dia 3 de maio, os oito produtores Baga Friends abrem as suas adegas a visitantes, para celebrar mais um Dia Internacional da Baga. Haverá provas de vinhos especiais, visitas guiadas às vinhas, petiscos e um arraial com música e muita animação.
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Em 2012, um grupo de produtores bairradinos uniu-se para defender a casta mais emblemática da região. “Quando eu entrei no vinho como profissional a Baga estava em queda livre, e eu achava que era péssimo estarem a abandonar estas vinhas”, recorda Filipa Pato, um dos membros fundadores dos Baga Friends. “O grupo surgiu como um movimento contra o desaparecimento da Baga. Juntamo-nos para defender uma casta”, conta a produtora. A missão deste grupo de amigos tem vindo a dar frutos, com a crescente valorização da outrora mal-amada uva, e Filipa reconhece que hoje a Baga “está na moda” muito por força do trabalho de divulgação e recuperação das vinhas que estes produtores têm vindo a fazer.
Uma das mais recentes iniciativas dos Baga Friends foi a criação do Dia Internacional da Baga, que se assinala todos os anos no primeiro sábado de maio e, em jeito de celebração, convida todos os amantes da casta a visitar a região e a conhecer de perto cada um dos seus amigos.
A edição deste ano acontece no próximo dia 3 de maio sob o lema “Baga nas suas 8 Quintas“. Das 10h às 18h, os oito produtores que integram os Baga Friends – Luís Pato, Filipa Pato, Giz, Quinta das Bágeiras, Quinta da Vacariça, Quinta de Baixo/Niepoort, Sidónio de Sousa e Vadio – abrem as portas das suas adegas para receber os visitantes com provas de vinhos, petiscos, música, visitas às vinhas e muitas surpresas. Este ano há um novo elemento no grupo, o projeto Giz, de Luís Gomes, que assenta na recuperação de vinhas centenárias, plantadas em solos calcários. No sábado, o produtor estará presente com os seus vinhos na loja da Rota da Bairrada, na antiga estação de comboios da Cúria, um dos pontos de check-in do evento, onde os participantes poderão levantar o seu copo de prova.
Dali, o circuito é opcional, mas o bilhete (50 euros) dá acesso livre a todas as adegas, sem necessidade de marcação, e a possibilidade de conhecer cada um dos produtores. “Cada um tem o seu estilo, a sua identidade”, reforça Filipa. Isto porque a versatilidade da Baga permite aos vários produtores terem abordagens diferentes e criarem perfis de vinhos diferentes.
O dia termina com um arraial, que irá decorrer entre as 18h e a meia-noite no Club d’Ancas. O telheiro e o relvado do espaço associativo será o local do convívio, com músicas populares, exposições, comida, vinhos e muita animação, com vista para o Caramulo e o Bussaco.
Quinta das Bágeiras
Visitar a cave de espumantes da Quinta das Bágeiras, onde repousam milhares de garrafas em silêncio e escuridão vale por si só a viagem, mas se a isso juntarmos uma prova informal dos vinhos da casa e as histórias de Mário Sérgio temos a receita completa para uma tarde bem passada. O produtor aposta numa enologia minimalista, com espumantes elaborados pelo método clássico e exclusivamente em versão Bruto Natural.
Filipa Pato
Filipa Pato conta inaugurar a sua loja de quinta no Dia da Baga, a primeira etapa de um projeto que conta também com um nova adega e o consequente lançamento de programas de enoturismo. No sábado, a produtora, que desde o primeiro momento abraçou a agricultura biodinâmica, vai dar a provar os seus “vinhos autênticos”, como lhes chama, casados com salsichas caseiras, feitas pelo marido William Wouters.
Quinta de Baixo/Niepoort
Quem chegar ao terraço da Quinta de Baixo no próximo dia 3 de maio, terá oportunidade de provar em primeira mão as novas colheitas do produtor. A Bairrada sempre foi a grande paixão assumida de Dirk Niepoort, que há uma década adquiriu a propriedade de 25 hectares, onde se inspira nos vinhos do antigamente, com menos intervenção. Bagas mais frescos e leves.