O que é, quanto custa e onde pode ser utilizado o novo passe ferroviário verde?
O novo passe ferroviário verde foi anunciado pelo primeiro-ministro na Festa do Pontal, custa 20 euros e é válido em todas as regiões do país, exceto nos serviços Alfa e Internacional Celta. Conheça aqui as vantagens e as limitações do título, onde é que pode ser adquirido e como é que deve ser utilizado.
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O que é o passe ferroviário verde?
É o novo título válido na rede da CP, nos serviços regionais, interRegionais (em 2.º classe), intercidades (em 2.º classe), urbanos de Coimbra e urbanos do Porto e Lisboa nos percursos não abrangidos pelos passes Andante e Navegante.
Quanto custa o novo título mensal?
A mensalidade do passe ferroviário verde é de 20 euros. No entanto, o título pode ser adquirido para 60 ou 90 dias. No primeiro caso, o passageiro terá de desembolsar 40 euros, no segundo 60 euros.
Onde posso adquirir o passe?
Na prática, não é necessário adquirir um novo cartão. Se já usa o Cartão CP, a mensalidade pode ser carregada no mesmo documento. Caso contrário, terá de o comprar por seis euros. A renovação do título deve ser feita nas bilheteiras da CP ou nas respetivas máquinas automáticas.
Quando é que entra em vigor?
A partir do dia 21 de outubro. O Governo estima que a medida vai abranger 29,9 milhões de passageiros. A CP reembolsa os passageiros que já compraram bilhetes de comboios para depois desta data.
Há limitações na utilização do passe no intercidades?
Sim. Embora o título seja válido neste tipo de comboios (em 2.ª classe), é necessária a reserva obrigatória de lugar com antecedência máxima de 24 horas. Essa marcação deve ser feita nas bilheteiras da CP ou nas máquinas de venda automática instaladas nas estações da área Metropolitana de Lisboa. No restante país, as máquinas automáticas não fazem reservas.
Numa segunda fase, em data ainda desconhecida, as reservas também vão estar disponíveis na bilheteira online e na app CP. Mas atenção: só é possível reservar duas viagens por dia.
E posso substituir o Andante ou o Navegante por este título?
Não. É mais uma limitação do passe ferroviário nacional. O Andante, no Porto, e o Navegante, em Lisboa, são passes válidos para os comboios urbanos das duas áreas metropolitanas. O novo passe só permite viajar nos comboios urbanos fora dessas áreas.
Na prática, na região do Porto pode ser utilizado nos percursos Vila das Aves – Guimarães, Paredes – Marco de Canaveses, Paramos – Aveiro e Lousado – Braga. Em Lisboa, no percurso Carregado - Azambuja. Nestes casos, quem pretender viajar até ao Porto ou Lisboa terá que acumular dois passes: o passe ferroviário nacional (20 euros) e o Andante ou Navegante (40 euros).
E em que zonas é que a poupança é maior?
Desde logo, nos percursos vizinhos das áreas metropolitanas onde não existem passes combinados e que são utilizados diariamente por milhares de clientes. É o caso da linha Aveiro – Porto. Atualmente, a mensalidade mais económica para estes passageiros fica por 100,95 euros. Com o passe ferroviário nacional, o gasto ficará em 60 euros. A poupança ultrapassa os 40 euros mensais.
Vejamos o caso de Braga: a mensalidade mais barata para chegar ao Porto é de 93,75. O novo título vai permitir uma poupança mensal de 33,75 euros.
Em que percursos não compensa o novo passe?
Na linha entre o Marco de Canaveses e o Porto, a mensalidade é de 50 euros, isto porque o passe combinado Área Metropolitana do PortoP/CP permite o uso do Andante fora da AMP, entre Paredes e Marco de Canaveses. A adesão ao novo passe ferroviário pesava mais 10 euros no bolso dos passageiros, uma vez que seria necessário dispensar 20 euros para o percurso Marco de Canaveses – Paredes e 40 euros entre Paredes e o Porto.
E sai mais barato o passe do que comprar títulos ocasionais?
Depende do percurso e da frequência. Mas nalguns casos, basta uma viagem para compensar. Uma viagem no Intercidades entre o Porto e Lisboa, ida e volta, em 2.ª classe, custa 53,70 euros. Com o novo passe a mesma viagem fica por 20 euros e pode ser repetida diariamente durante o mês. Já entre Braga e Lisboa, nas mesmas condições, é necessário desembolsar 56,90 euros. Também um título diário, no Intercidades em 2.ª classe, entre Porto e Faro fica por 92, 20 euros. Nas três situações, o passe ferroviário verde é mais económico.
Também pode ser utilizado no Alfa Pendular?
Não. O passe ferroviário verde exclui os serviços Alfa Pendular e e Internacional Celta. Também não é válido em 1.ª classe nos serviços Intercidades e InterRegional.
Há mais limitações na operacionalidade da medida?
Podem existir, mas só se saberá com a entrada em vigor da medida. A verdade é que a frota circulante da CP é antiga e o número de composições disponíveis não cobre a procura. Há locomotivas a diesel que entraram ao serviço em 1967 e o último material novo foi adquirido em 2002, de acordo com a informação disponibilizada no site da empresa.
Além disso, há zonas do país onde não é possível reforçar a oferta, mesmo com comboios disponíveis. É o caso da Linha do Minho, entre Porto, Valença e Vigo, onde as plataformas de desembarque e embarque só comportam três carruagens e os comboios circulam numa via única, tal como na Linha do Douro no troço Caíde a Pocinho.
E para os jovens há novidades?
O Governo vai alargar a gratuitidade dos passes para todos os jovens até aos 23 anos, até agora só abrangia estudantes. A alteração vai permitir que o título chegue a mais 200 mil jovens.