A propósito da sua participação nas III Jornadas Contra a Violência Doméstica, a apresentadora consentiu que ficou demasiado tempo calada. À revista "Cristina", Bárbara falou ainda sobre trabalho, família e amor.
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Bárbara Guimarães explicou, na entrevista que dá à revista da também apresentadora Cristina Ferreira, que "é muito importante que as mulheres falem, que não se submetam ao silêncio", no que a casos de violência doméstica diz respeito. "É importante que falem com as amigas, que falem com quem está ao redor. É importante que falem sobre aquilo que as magoa." À pergunta de Cristina sobre se tinha ficado demasiado tempo calada, a apresentadora de 42 anos consentiu: "Fiquei. [pausa] Bastante. Não deveria ter estado tanto tempo em silêncio."
Os amigos e o trabalho apresentaram-se como o suporte de Bárbara Guimarães neste período conturbado: "o importante no meio disto tudo é perceber-se que, qualquer que seja a situação, não podemos guardar aquilo que nos dói. Não podemos, não devemos. Os amigos estão aí para isso." "Além disso, ajudou-me o facto de ter apresentado o programa 'Peso Pesado Teen', de ter vivido com aqueles adolescentes e percebido o que é a adolescência", contou.
Contudo, muita da luta de Bárbara é feita sozinha, avança, numa batalha "muito, muito solitária", em que "há momentos que se tem de sofrer sozinha". Para a apresentadora que nasceu em Angola, essas batalhas são ultrapassadas através de processos de oclusão: "Os lutos interiores são importantes. Se não fizermos os nossos lutos, tornamo-nos pessoas angustiadas, ressabiadas, perturbadas... Eu faço lutos de muitas coisas... Até de pequenas coisas... Até porque só assim é que as dores ficam para trás."
A antiga jornalista confessou a Cristina Ferreira que investiu muito no seu casamento, tanto que algumas vezes se esquecia dela própria. Casamento esse que terminou em circunstâncias que a apresentadora jamais imaginou: "Não [imaginei] porque não tem nada a ver comigo. Nem com todas as pessoas que eu amo e que estão, de alguma maneira, envolvidas. Elas não merecem..." No entanto, os acontecimentos do presente não apagam marcas do passado: "O que é certo é que eu quis ser feliz, quis ter uma família, tive essa família, fui feliz, tenho dois filhos lindos, tenho um grande suporte familiar e tenho um trabalho muito bonito".
Sobre a exposição mediática que o litígio com Manuel Maria Carrilho tem adquirido nas chamadas de primeira página, Bárbara foi perentória. "Vejo a minha vida completamente devassada...", começou por denunciar. "Nada do que se escreve sobre mim é, realmente, o que eu mostro ao meu público. O que eu mostro ao público é o que sou no dia-a-dia. Acabei por ter uma equipa de consultores que lê tudo por mim. Porque isto custa-me tanto e magoa-me tanto, que é melhor assim. Os jornalistas têm de por a mãozinha na cabeça e pensar assim: 'isto não se faz!'", reiterou a apresentadora.
Atualmente focada no trabalho, Bárbara contou que não gosta de estar parada entre programas e que tem formatos próprios que gostaria de executar: também tenho programas meus, que escrevi e que quero propor, mas, claro, sei que há alturas certas para o fazer."