No Porto, antiga primeira-dama francesa garante que foi amor à primeira vista com Sarkozy.
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A queixar-se do frio que nos últimos dias tem atingido Portugal, mas muito sorridente, sexta-feira ao final da tarde Carla Bruni fez jus à afamada elegância no encontro com o JN, nos escritórios do grupo Mystic Invest, em Miragaia, no Porto. Livrou-se do "cigarro idiota, sem nicotina", no arranque da conversa, não sem antes assumir que prefere "cigarros de verdade". "Mas matam", atirou, justificando hábitos.
A antiga primeira-dama de França voltou à Invicta 24 anos depois de ter desfilado na primeira edição do Portugal Fashion, desta vez como escala, pois Viana do Castelo foi o destino final. Carla veio a convite do empresário Mário Ferreira para ser madrinha do navio World Explorer, o que a deixou "muito orgulhosa".
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Com menos polícias à volta
Quase sete anos depois de ter deixado o Palácio do Eliseu, a mulher do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, garantiu que "a vida continua a mesma, mas com menos polícias à volta". E a explicação é simples: "Sou exatamente a mesma pessoa porque, você sabe, por motivos estranhos, eu não vivo a minha vida fora do meu mundo. Eu vivo a vida dentro do meu mundo. Não sei porquê! De facto, eu nunca mudei desde que nasci. Não interessa qual seja a situação! Eu tive sempre a impressão que estou dentro do meu mundo".
Numa espécie de redoma, a artista diz não ser "sensível a situações sociais", considerando que "talvez se nascesse muito pobre, fosse mais sensível a isso". A pressão da política é passado, mas Carla Bruni ainda se sente numa "bolha", o que lhe agrada na medida em que, para ela, significa "a imaginação dos livros, da música e da poesia".
O quotidiano tem-se dividido entre o papel de mãe, mulher e a carreira artística, até porque continua a promover o seu último trabalho "French touch".
Era "contra o casamento"
Segundo Carla Bruni, "foi amor à primeira vista" o que a uniu a Sarkozy, que a pediu em casamento duas horas depois de a conhecer. A história dos dois é a prova que se pode conhecer "o amor em qualquer idade", admitiu. Ela tinha 40 anos - e era "contra o casamento" - e ele 53 quando subiram ao altar. O marido não a acompanhou na viagem, mas manteve-se sempre presente através de telefonemas ou mensagens que, quem estava por perto, testemunhou. No ecrã do telemóvel, Bruni tem a foto dos filhos, Aurélien, de 17 anos, fruto de uma anterior relação, e Giulia, de 7, do atual casamento, que "estão ótimos". Ficaram em Paris ("não é tempo de férias e têm de ir para a escola"), mas há promessa de virem na próxima.
A idade é sempre má para qualquer mulher. É muito democrática!
Aos 51 anos, Carla Bruni não esconde que a idade a assusta. "Tenho medo de ser velha e também de morrer. Parte horrível da vida! Velha e morrer é o que espero para mim", confessou, acrescentando que "a idade é sempre má para qualquer mulher. É muito democrática!".
Os anos passaram, mas a verdade é que continua a ser uma bela mulher. E qual será o segredo? "Beber muita cerveja? Não. Estou a brincar. Disse isso nos Estados Unidos e as pessoas olharam para mim. Cerveja, cigarros e comer salsichas. Não, não há solução! Eu penso que fazer exercício físico é melhor do que não fazer. Claro que é bom não fumar, não beber bebidas alcoólicas. Penso que um bom conselho é não ter muita exposição solar para a pele, mas, o sol é bom. Eu não tenho nenhum bom conselho", respondeu, puxando do bom humor que também a caracteriza.
Carla Bruni tem uma forte presença, mas não se sente "muito poderosa", sublinhando que o poder passa por "liberdade para a mulher", remetendo para "as nossas mães e avós que abriram as portas para sermos livres". "Agora, temos um novo passo no feminismo", concluiu.