A cumprir 23 anos de prisão em Nova Iorque, o ex-produtor de Hollywood foi condenado esta quinta-feira a mais 16 anos de cadeia pela violação de uma atriz em 2013. A sentença foi ditada pelo tribunal em Los Angeles, onde Harvey Weinstein voltou a reclamar inocência, garantindo que as relações foram consensuais.
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"Afirmo que sou inocente. Eu nunca violei ou agredi sexualmente Jane Doe", declarou Weinstein em tribunal, como cita pela agência de notícias AP. Esta quinta-feira, ouviu a sentença após mais acusações de abusos sexuais, sabendo que enfrenta agora 39 anos de cadeia.
O antigo produtor de Hollywood foi mais uma vez condenado a pena de prisão, desta vez de 16 anos, agora por ter violado uma mulher num hotel em Beverly Hills, em 2013.
Isto depois de ter enfrentado mais de 11 acusações de abusos sexuais, que terão acontecido com várias mulheres em hotéis de Los Angeles e Beverly Hills entre 2004 e 2013.
Harvey Weinstein já cumpre uma pena de 23 anos de prisão numa cadeia de Nova Iorque, por crime semelhante contra outra mulher, seguindo-se o castigo proferido esta quinta-feira.
Os procuradores pediram uma pena de longa duração de 24 anos, devido à condenação prévia, ao invés de uma pena de 18 anos que poderia ser determinada pela lei da Califórnia, na ausência de fatores que agravassem a pena.
A defesa de Weinstein, de quase 71 anos, contrariou a recomendação dos procuradores, justificando a oposição com "a idade avançada" do acusado e a "deterioração da sua saúde". Assim argumentou o advogado de defesa Mark Werksman através de e-mail enviado à agência Reuters.
Só uma das quatro mulheres que acusavam o produtor viram o júri aceitar as suas alegações, fazendo com que Weinstein fosse ilibado de acusações relacionadas com uma alegada segunda vítima e não chegou a um veredicto unânime sobre as acusações de outras duas. Entre elas, a atriz e documentarista Jennifer Siebel Newsom, agora casada com o Governador da Califórnia, Gavin Newsom, a única que aceitou ser identificada.
A defesa tentou provar que as mulheres estiveram com Harvey Weinstein de boa vontade e que o sexo foi consensual, crentes que ascenderiam assim na carreira, além de que o alegado contacto sexual em dois dos casos foi forjado.
De qualquer forma, o co-fundador da produtora e distribuidora de cinema Miramax Films terá que cumprir a sentença agora ditada depois de completar a a anterior, por má conduta sexual em Nova Iorque.
As acusações sobre Harvey Weinstein quando surgiram acicataram o movimento MeToo, que deu força a várias mulheres para denunciarem situações de assédio e abuso sexual por parte de homens com cargos de poder em vários meios, da comunicação à política, não só em Hollywood.