Já se sabe a razão da fúria de Melinda que levou à separação de Bill Gates: foi Jeffrey Epstein
Ex-mulher de Bill Gates não gostava da relação que ele mantinha com o polémico financeiro condenado por abuso sexual. E foi isso que espoletou o divórcio.
Corpo do artigo
As linhas do divórcio entre Bill e Melinda Gates, que se separaram há duas semanas, espantando o Mundo naquele que é já considerado o divórcio do ano, podem ser rastreadas até 2019. Foi aí que as ligações entre o bilionário fundador da Microsoft e o polémico financeiro Jeffrey Epstein se tornaram públicas.
Epstein, como sabemos, foi condenado mais do que uma vez desde 2008, por abuso sexual de menores, e morreu na prisão por alegado enforcamento, em agosto de 2019, quando tinha 66 anos, e aguardava novo julgamento por acusações de tráfico sexual.
Melinda Gates "consultou advogados de divórcio cerca de dois anos antes de pedir a separação" do seu marido, revelou esta semana o "The Wall Street Journal". O jornal diz que o casamento de Bill, de 65 anos, e Melinda, de 56, já estava "irremediavelmente estragado". O casal esteve junto 27 anos e tem três filhos, de 19, 22 e 25 anos.
Melinda tem "reunido e trabalhado com advogados de várias firmas desde, pelo menos, 2019", acrescenta o jornal. Uma fronte diz taxativamente que "foi o relacionamento de Bill Gates com o criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein" que desencadeou a separação.
Separação sem explicações
Quando anunciou o divórcio, o casal não deu qualquer explicação para o facto, tendo apenas emitido um comunicado conjunto no Twitter que dizia: "Não acreditamos que podemos continuar a crescer como casal nesta próxima fase das nossas vidas".
Mas notícias posteriores, nomeadamente do site de celebridades TMZ, diziam que "Melinda e o resto da família estavam furiosos" com Bill Gates devido a "certas coisas que ele teria feito". Aliás, já em março deste ano, antes do anúncio, Melinda reuniu toda a família na ilha paradisíaca de Calivigny, em Granada, no mar do Caribe, e Bill foi o único que não foi convidado para o faustoso retiro - alugar a ilha de Calivigny custa 132 mil dólares (108 mil euros) por noite.
Sabe-se agora que essas "certas coisas" que Bill Gates terá feito estarão ligadas a Jeffrey Epstein.
Contactos com Epstein desde 2013
13702270
Entretanto, uma ex-funcionária da Fundação Bill & Melinda Gates revelou ao "The Wall Street Journal" que as "preocupações de Melinda sobre o relacionamento" entre o seu marido e Epstein "já datam de 2013". São, portanto, muito anteriores à condenação do polémico financeiro - a primeira sentença, 18 meses de prisão por envolvimento com uma prostituta menor de idade, foi conhecida em 2008.
De acordo com o jornal digital "The Daily Beast", Melinda esteve presente num encontro entre o seu marido e Epstein na mansão deste último, que fica no luxuoso Upper East Side de Nova Iorque, em setembro de 2013. Depois do encontro, Melinda terá comentado que estava "furiosa com a relação entre os dois homens".
Melinda contou como se sentia "desconfortável na companhia do agressor sexual condenado", diz o "The Daily Beast", afirmando que "não queria ter absolutamente nada a ver com ele".
Fontes próximas do casal disseram ao jornal digital que "a amizade de Gates com Epstein - que durante anos foi acusado de molestar dezenas de meninas menores de idade, além de alimentar um suposto círculo de favores sexuais a clientes super-VIP - ainda assombra Melinda".
Encontros na mansão de Manhattan
Bill Gates "fez os possíveis por minimizar as relações" com o bilionário caído em desgraça, relata o jornal "The New York Times", que cita uma declaração de Bill feita em abril: "Não tinha nenhuma relação comercial ou amizade com ele".
Mas o "The New York Times" investigou e descobriu que Bill Gates "encontrou-se com Epstein em várias ocasiões", incluindo "pelo menos três vezes na mansão palaciana de Manhattan, e que, pelo menos uma vez, permaneceu na residência até de madrugada".
Os encontros remontam a 2011, pelo menos, senão mais lá atrás.
Funcionários da Fundação Bill & Melinda Gates "também fizeram várias visitas à casa de Epstein", acrescenta o jornal, enquanto o próprio Epstein falou com a Fundação Bill & Melinda Gates e o banco JP Morgan sobre a criação de um fundo solidário multibilionário comum.
Património de milhões dividido
O divórcio entre Bill e Melinda Gates centra-se agora na divisão da fortuna. A Fundação de ambos, criada em 2000 e que é a maior fundação privada do mundo, tem uma dotação atual de 49,8 mil milhões de dólares. Há ainda o património líquido de Bill Gates, que está estimado em 145 mil milhões de dólares, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg.
Soube-se entretanto que, no dia em que assinou os papéis do divórcio, há duas semanas, Melinda recebeu de Bill Gates dois mil milhões de dólares em ações.