O ator norte-americano Johnny Depp vai doar toda a indemnização que recebeu da atriz e ex-companheira Amber Heard no âmbito da batalha judicial que ambos travaram em 2022. Depp recebeu um milhão de euros, valor que vai doar a cinco instituições.
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Johnny Depp vai cumprir o que prometeu e doar a quantia que recebeu da ex-companheira Amber Heard. A batalha judicial que ambos travaram em 2022 resultou numa indemnização de um milhão de euros ao ator, por difamação, que vai ser doada, garante o site "TMZ", a cinco instituições que receberão 200 mil euros cada: A Make-A-Film Foundation, a The Painted Turtle, a Red Feather, a Tetiaroa Society e a Amazonia Fund Alliance. Segundo a mesma publicação, as organizações Painted Turtle e Tetiaroa Society são muito importantes para Johnny Depp, uma vez que homenageiam Paul Newman e Marlon Brando, dois dos ídolos do ator. A Make-A-Film Foundation ajuda crianças com doenças graves a conhecer quem mais admiram da indústria do cinema e a Red Feather e a Amazonia Fund Alliance têm como missão proteger comunidades indígenas.
Depois de um julgamento que fez correr muita tinta e que mereceu até transmissões televisivas, um júri do estado da Virgínia decidiu, a 1 de junho do ano passado, a favor do ator uma indemnização de 10 milhões de dólares e cinco milhões em danos punitivos após considerar que uma coluna escrita pela atriz Anmber Heard para o jornal "The Washington Post" era difamatória contra o ator. A atriz também conseguiu que o ex-marido fosse condenado a pagar dois milhões de dólares por declarações do advogado. Assim, Amber teria de pagar pouco mais de oito milhões ao norte-americano, mas no final do ano passado as duas partes chegaram a um acordo para o pagamento de um milhão de dólares por parte da seguradora de Amber Heard.
União com várias acusações
Em 2022, os nomes de Johnny Depp e Amber Heard voltaram a estar nas bocas do mundo por terem protagonizado uma história de amor com o pior dos finais. Os atores conheceram-se em 2009, durante as filmagens da longa-metragem "O Diário a Rum" e casaram-se numa cerimónia privada em 2015. Apenas um ano depois, a atriz começou a tratar do divórcio e conseguiu uma ordem de restrição temporária contra Johnny Depp, acusando-o de abusos verbais e físicos.
O ator sempre negou qualquer ato violento, acusando a ex-mulher de estar à procura de uma compensação financeira. Mais tarde, Amber, de 37 anos, acabou por retirar as acusações e o casal emitiu um comunicado conjunto em que dizia que a "relação era intensamente apaixonada e por vezes volátil, mas sempre ligada pelo amor". "Nenhuma das partes fez falsas acusações por ganhos financeiros. Nunca houve qualquer intenção de dano físico ou emocional", declararam. Depp acabou por pagar à ex-mulher 6,5 milhões de euros (sete milhões de dólares), que a atriz pediu para doar à União Americana pelas Liberdades Civis e ao Hospital Infantil de Los Angeles.
Contudo, em 2018, o caso acabou mesmo por ir a tribunal depois de Amber Heard, conhecida pelas interpretações em "Aquaman" e "Liga da Justiça", ter escrito um artigo no jornal "The Washington Post" no qual dizia ter sido uma "sobrevivente" da violência doméstica, sem citar o nome do agressor. Depp interpôs uma ação de 50 milhões de dólares (46,3 milhões de euros), acusando a ex-mulher de difamação e de prejudicar a carreira e ainda processou o jornal "The Sun" por tê-lo apelidado de "espancador de mulheres".
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Em tribunal, os testemunhos dos atores comprovaram que a relação entre o casal era tudo menos saudável. Apesar de garantirem que um grande amor os unia, revelaram casos extraconjugais e um estilo de vida pouco saudável de Depp, que lutava contra o vício do álcool e das drogas. Amber garantiu que o ator se transformava num "monstro" sempre que bebia e até a ameaçou de morte, com 14 agressões - pontapés, asfixia, murros e estalos - pelo meio.
O ator de "Pirata das Caraíbas" sempre negou tudo, considerando as alegações "doentias". A resolução do Supremo Tribunal de Londres acabou por dar razão a Amber, considerando verdadeiros 12 desses relatos, e ainda considerou que o jornal "The Sun" não mentiu ao chamar Depp de "espancador da mulher", o que piorou ainda mais a carreira do ator, que acabou por ser substituído pelo ator dinamarquês Mads Mikkelsen no filme da franquia de Harry Potter "Monstros Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore", no qual interpretava o vilão Grindelwald.
Mas o caso acabaria por voltar a julgamento depois de, em agosto de 2021, o tribunal decidir que o Hospital Infantil de Los Angeles e a União Americana das Liberdades Civis teriam de divulgar se a atriz doou a totalidade dos milhões de dólares do acordo de divórcio.