Herdeiras da monarquia europeia crescem a saber que vão ser rainhas, algumas estão longe de casa e em colégios de elite.
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Sem vestidos compridos, corpetes, penteados rebuscados ou coroas, as princesas da nova geração são jovens modernas, mas talhadas para servir a monarquia, principalmente quando têm como herança o trono. É o caso de Leonor, na vizinha Espanha, de quase 16 anos, que se mudou agora para o País de Gales, para continuar os estudos no no Colégio UWC Atlantic.
A filha mais velha dos reis Felipe e Letizia viajou na passada segunda-feira, num voo regular, para iniciar as aulas no colégio interno onde não será tratada por princesa, mas sim como Leonor das Astúrias. A escola é uma das favoritas de aristocratas e milionários e tem como missão "fazer da educação uma força capaz de unir os povos, as nações e as culturas em benefício da paz e de um futuro sustentável", preparando-se como futura rainha.
Na Noruega, Ingrid Alexandra, de 17 anos, assume a mesma responsabilidade. Filha mais velha do príncipe herdeiro Haakon e da princesa Mette-Marit, a jovem - que a semana passada testou positivo à covid - estuda na escola secundária Elvebakken, sabendo que um dia será a segunda mulher a ser rainha na história da coroa norueguesa, depois de Marguerite, no século XV. Apesar de participar em eventos públicos desde os cinco, foi em 2019 que viveu um dos mais importantes quando se confirmou perante a fé luterana, uma obrigação constitucional para os membros reais.
Cheias de personalidade
Em dezembro, Catharina-Amalia dos Países Baixos celebrará o 18.º aniversário, passando a ter direito, por lei, a receber o subsídio de 1,6 milhão de euros por ser herdeira ao trono, sendo que 300 mil euros corresponderiam ao seu salário, até concluir os estudos. Um privilégio que recusou por achar a mesada excessiva enquanto não estiver ao serviço do povo, preferindo retribuir com trabalho, até por saber da dificuldade de muitos estudantes, principalmente com a pandemia. A primogénita dos reis Willem-Alexander e Maxima decidiu tirar um ano sabático antes de ingressar na universidade.
Elizabeth da Bélgica, de 19 anos, é atualmente duquesa de Brabante e tornou-se herdeira em 2013, quando o avô, Alberto II, abdicou em favor do seu pai, o rei Philippe I.
Tão feminina quanto aventureira, depois de terminar o secundário na instituição onde agora está Leonor, no Reino Unido, o ano passado, ingressou na Academia Militar Real, em Bruxelas, mas vai frequentar o curso de História e Política na Lincoln College da Universidade de Oxford, seguindo os passos do pai.
No pico da adolescência, ainda não lhes são conhecidos pretendentes a reis ou príncipes consortes, tal como o príncipe Felipe que se casou com a rainha Isabel II, em Inglaterra. Elas sabem que, nos dias que correm, já se podem apaixonar por quem quiserem, quer tenham títulos ou não, numa espécie de conto de fadas atualizado e sem purpurinas. Tal como provou a princesa Victoria da Suécia quando disse "sim" a Daniel Westling, um personal trainer e dono de ginásios que passou a ser nobre.