Atriz mostra-se em "Causa própria" e prepara estreia na realização. Aos 38 anos, assume-se serena.
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É no papel da juíza Ana Martins, na série da RTP1 "Causa própria", que Margarida Vila-Nova entra agora em casa dos portugueses, numa encruzilhada entre a lealdade à lei, o amor de mãe e uma atração melindrosa. A história conquistou o público e a crítica, e a atriz não esconde quão satisfeita está com o resultado.
Para se preparar, Margarida passou dias no Campus da Justiça, em Lisboa, assistindo a audiências e acompanhando processos "de várias naturezas". No local, também testemunhou as movimentações nos bastidores. "Tive oportunidade de entrevistar uma juíza para perceber como é o dia-a-dia, como é conciliar a vida profissional e pessoal, gerir os casos mais complicados. Para mim, foi um bocadinho desmistificar conceitos ou preconceitos e começar a construir a personagem." Em "Causa própria", Ana é juíza, mãe, amante e leal, que se depara com a ligação do filho a um crime que ela vai julgar, ao mesmo tempo que se envolve com um dos polícias que o investiga, a quem o ator Nuno Lopes dá vida. Dilemas que foram inspirados em histórias verídicas.
Fora do pequeno ecrã, fevereiro promete e Margarida Vila-Nova diz-se "muito feliz" com o que ai vem: o regresso aos palcos com a peça "Cochinchina", no Teatro Meridional, em Lisboa. "Faço este espetáculo ao lado do Vitor d"Andrade e da Patrícia André, dois colegas que respeito muito. Estreámos em Loulé e foi incrível. Também já o fizemos na Guarda e foi muito impactante a interação com o público." Também estava previsto chegar aos cinemas no filme "Revolta", dirigido por Tiago Santos e com participações de Teresa Tavares e Ricardo Pereira, que acabou adiado para junho, ainda por causa da pandemia.
Segue-se o debute na realização, em março, com as filmagens da sua primeira curta-metragem, cujo argumento parte de uma carta que lhe foi deixada. "A partir dela construi uma dramaturgia. O Adriano Luz é o protagonista. É engraçado o processo de construir as imagens", afirma Margarida, ressalvando que não sabe o que se seguirá. O desejo de fazer este filme surgiu há dois, três anos, e "desafiada por Edgar Medina, o realizador de "Causa própria"", a atriz não teve dúvidas que "esta era a história que queria filmar" neste momento.
O prazer de ter tempo
A agenda está em aberto, mas Vila-Nova sabe que, este ano, vai andar em digressão com "Cochinchina", e que rodará a série "Matilha", um spin off de "Sul", ao lado de Afonso Pimentel. Também voltará ao Teatro do Bairro, sem qualquer novela no horizonte. Aos 38 anos, Margarida Vila-Nova diz-se "muito serena", numa fase em que sente prazer no trabalho mas também em ver os filhos crescerem, ter tempo para estar com os amigos, passear ou passar uma manhã em casa a ver um filme ou a ler um livro. "Já tive muita urgência em viver, em fazer projetos, em provar-me a mim e aos outros....Hoje em dia prefiro viver com outra calma e mais apaziguada", conclui, contagiando.
