A acusação de Conrad Murray, na voz do promotor David Walgren, falou, no primeiro dia de julgamento, de "negligência" e "indiferença" por parte do médico nas últimas horas de vida de Michael Jackson.
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"As evidências mostraram que Michael Jackson pôs a vida nas mãos de Murray e a confiança depositada incorrectamente matou-o", assegurou Walgren no início do julgamento no Tribunal Superior de Los Angeles.
Walgren repassou todas as evidências contra o médico, desde o testemunho do guarda-costas de Jackson, Alberto Álvarez, sobre a ajuda que deu a esconder medicamentos antes que chegasse a policia de Los Angeles, até ao relato de Murray sobre a noite dos acontecimentos. Noite de 25 de Junho de 2009 em que o coração de 'o rei da pop' não resistiu a um poderoso cocktail de sedativos.
De acordo com o testemunho do médico, o cantor começou a tomar os medicamentos à 1.30 horas de forma escalonada até às 7.30 horas. A esta hora, já desesperado, pediu a Murray que lhe administrasse Propofol para dormir, mesmo que isso significasse perder o ensaio do dia seguinte para a preparação dos concertos de verão.
Os pais do cantor, Joe e Katherine, e vários dos seus irmãos estiveram presentes na sala de audiências, na abertura do processo. Às portas reuniram-se, também, muitos repórteres, curiosos e fãs do cantor. Alguns deles tinham cartazes a pedir "Justiça para Michael".
Após as declarações da acusação e da defesa, esperam-se agora declarações das primeiras testemunhas. O processo durará cerca de um mês.
O tribunal espera ouvir, ainda, o depoimento do pessoal de emergência que levou Michael Jackson ao hospital, os médicos especialistas, o coreógrafo do cantor e a namorada de Murray.
O advogado Mark Geragos, que representou uma vez a estrela pop, disse que a filha Paris, de 13 anos, também poderá ser chamada a depor, um momento que provavelmente seria o mais dramático do julgamento. Paris estava em casa quando o pai morreu.
Em caso de condenação o médico de 58 incorre numa pena até quatro anos de prisão.
O julgamento está ser filmado e gravado na totalidade para ser transmitido na televisão e Internet. Entretanto, o Daly Mail difundiu as últimas imagens de Michael Jackson com vida.
Ainda no primeiro dia de julgamento, o juiz proibiu a visualização, por parte do júri, do vídeo da última conferência de imprensa de Michael Jackson. Nela o cantor anunciava os espectáculos que iriam fazer parte da sua última tourné "This is it".